Variedades • 17:31h • 31 de dezembro de 2025
Como lidar com o vício do parceiro nas festas de fim de ano
Psicólogo explica por que dezembro intensifica conflitos familiares e orienta como agir sem reforçar culpa, vergonha ou recaídas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Foco Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
As festas de fim de ano costumam trazer encontros, celebrações e expectativa de harmonia, mas, para muitas famílias, dezembro também expõe conflitos que permanecem silenciosos ao longo do ano. O convívio mais intenso, a quebra da rotina e a pressão social para “estar bem” fazem com que vícios do parceiro, como álcool, apostas, pornografia, jogos digitais ou compras compulsivas, se tornem mais visíveis e emocionalmente desgastantes.
Segundo o psicólogo clínico Leonardo Teixeira, especializado em comportamentos compulsivos, o período funciona como um amplificador de tensões já existentes. O aumento da proximidade entre os casais e as expectativas em torno das datas fazem com que padrões problemáticos ganhem destaque. “No Natal e no Ano-Novo, as pessoas observam mais o comportamento do parceiro e percebem mudanças que vêm se acumulando há meses. Quando o vício já existe, dezembro expõe aquilo que a rotina costuma esconder”, explica.
O impacto, segundo o especialista, não se restringe à pessoa que apresenta o comportamento compulsivo. A relação como um todo passa a operar sob desgaste constante. Medo de recaídas, frustração, esperança de mudança e exaustão emocional formam um ciclo comum. Discussões, promessas, recaídas e silêncio acabam se repetindo. “Muitas famílias interpretam o vício como escolha ou falta de caráter, o que gera culpa e vergonha. Isso não ajuda. O vício está ligado a sofrimento emocional e não à ausência de força de vontade”, afirma.
Por que o fim do ano intensifica o problema
De acordo com Teixeira, três fatores tornam esse período especialmente delicado. O primeiro é a ruptura da rotina, com festas, viagens e horários irregulares, que favorecem impulsos. O segundo é a pressão social, já que a expectativa de felicidade e celebração pode aumentar a sensação de inadequação e levar a comportamentos de fuga. O terceiro é a hiperestimulação emocional, marcada por balanços de vida, cansaço acumulado e projeções para o ano seguinte.
Nesse contexto, muitos parceiros passam a viver em estado permanente de alerta, tentando antecipar sinais de recaída e controlar o comportamento do outro. “Quem convive com uma pessoa em compulsão também adoece emocionalmente. A ansiedade e o medo de conflito se acumulam, e a relação passa a ser marcada pela sensação de estar pisando em ovos”, observa.
Como agir sem reforçar culpa ou acelerar recaídas
A forma de reação do parceiro pode influenciar diretamente o curso do problema. Confrontos agressivos, vigilância constante e cobranças excessivas tendem a aumentar a vergonha e a impulsividade. Para o psicólogo, o caminho mais eficaz envolve acolhimento, limites claros e diálogo sem julgamento.
Entre as orientações estão buscar informação sobre o comportamento compulsivo, identificar gatilhos comuns nas festas e estabelecer acordos prévios para o período, como reduzir situações de risco e evitar discussões em momentos de maior tensão. “A parceria é fundamental, mas não pode se transformar em controle. O papel do familiar não é vigiar, e sim apoiar, orientar e estabelecer limites que protejam ambos”, destaca.
Teixeira reforça que procurar ajuda especializada não deve ser visto como fracasso. Psicoterapia, grupos de apoio, serviços públicos como CAPS e estratégias de prevenção de recaídas fazem parte do cuidado em saúde mental. “O amor, por si só, não cura a compulsão, mas o acolhimento pode abrir a porta para o tratamento. O fim do ano é sensível, mas também pode ser o momento em que a pessoa decide buscar ajuda. Quando há escuta, a mudança se torna possível”, conclui.
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