Policial • 20:36h • 06 de outubro de 2025
Como a Polícia Científica atua em grandes acidentes: da perícia técnica à identificação de vítimas
A importância do trabalho integrado entre peritos, engenheiros e especialistas forenses para esclarecer causas e identificar vítimas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Sesp PR | Foto: PCIPR

Casos de grande repercussão, como a explosão ocorrida em Quatro Barras (PR), chamam atenção e levantam dúvidas sobre como atua a Polícia Científica em situações de alta complexidade. Mais do que coletar vestígios, o trabalho pericial envolve tecnologia, coordenação entre órgãos públicos e integração de especialistas de diferentes áreas, em um processo que busca reconstruir, com precisão, o que aconteceu.
“O trabalho tem início com o isolamento rigoroso da área, seguido de uma avaliação preliminar das características do evento, das necessidades materiais e humanas e dos riscos envolvidos. Após garantida a segurança, a equipe da Polícia Científica acessa o local”, explica Leonel Letnar Junior, chefe da Divisão Operacional da Polícia Científica do Paraná (PCIPR).
Uma vez liberado o acesso, os peritos iniciam o mapeamento detalhado da área, registrando imagens, coletando amostras e preservando vestígios que possam ser decisivos para a reconstituição dos fatos. Fragmentos, resíduos e até a posição de objetos podem se tornar peças-chave para determinar a causa do acidente.
Diversidade de exames periciais
Cada caso exige um tipo específico de perícia, que pode envolver setores de engenharia, química, balística, meio ambiente, computação forense e identificação humana. Essa diversidade é essencial para garantir a precisão das conclusões.
Papel dos peritos na identificação de vítimas e causas de acidentes combina tecnologia e precisão para reconstruir grandes desastres
Os laudos técnicos podem incluir testes químicos para detecção de substâncias tóxicas, exames físicos de falhas estruturais ou análises eletrônicas de equipamentos e sistemas. Todas as informações são cruzadas para que se estabeleça, com base científica, o que provocou o evento.
“A perícia cruza dados e vestígios, como registros de operação e condições dos equipamentos. Assim, é possível identificar se o defeito decorreu de uso incorreto, desgaste natural, falta de manutenção ou sabotagem”, afirma Letnar.
Além dos acidentes, a atuação da Polícia Científica também se estende a crimes cibernéticos, analisando dispositivos digitais e físicos em casos de aliciamento e exploração sexual infantil. O trabalho pode ocorrer tanto em operações de busca e apreensão quanto em laboratório, com a perícia de computadores, celulares e mídias.
A ciência na identificação de vítimas
Em tragédias com vítimas fatais, a Polícia Científica atua desde a recuperação dos corpos até a identificação dos indivíduos, utilizando técnicas de análise biológica, odontológica e exames de DNA.
“O diferencial para o rápido processo está na execução simultânea das etapas: equipes de antropologia forense atuam no local, profissionais de tanatologia fazem a separação das amostras e a Seção de Genética Molecular trabalha na identificação”, detalha o chefe da PCIPR.
O avanço das técnicas genéticas e o cuidado na preservação dos vestígios têm permitido resultados mesmo anos após as ocorrências. Um exemplo é o caso de Brumadinho (MG), em que a perícia identificou mais uma vítima em fevereiro de 2025, seis anos após o rompimento da barragem.
Em todas as situações, o objetivo da Polícia Científica é o mesmo: oferecer respostas técnicas, precisas e imparciais, contribuindo para as investigações e garantindo transparência e segurança à sociedade.
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