Ciência e Tecnologia • 17:18h • 24 de maio de 2025
Cientistas descobrem cinco planetas bebês e revolucionam a astronomia mundial
Equipe da Universidade Monash lidera projeto internacional que revela os planetas mais jovens já encontrados, com apenas alguns milhões de anos
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Universidade de Monash | Foto: exoALMA

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, lidera um projeto internacional que acaba de revelar a descoberta de cinco novos planetas bebês, tão jovens que ainda estão em processo de formação. As evidências foram obtidas graças a uma técnica inédita desenvolvida pelos próprios cientistas, capaz de detectar planetas ocultos por nuvens de gás e poeira que costumam envolver sistemas solares recém-nascidos.
A pesquisa faz parte do projeto exoALMA, que utiliza o poderoso telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), localizado no deserto do Atacama, no Chile. O equipamento foi fundamental para capturar imagens jamais vistas desses planetas e de seus sistemas solares em desenvolvimento.
O professor associado Christophe Pinte, líder do projeto, desenvolveu a nova técnica ao longo de sete anos. Segundo ele, o método é diferente dos tradicionais, que buscam identificar a luz emitida diretamente pelos planetas. O exoALMA, por sua vez, observa os efeitos que os planetas causam em seus arredores. “É como tentar detectar um peixe olhando para as ondulações na água, em vez de procurar pelo próprio peixe”, explica.
Técnica inovadora permite identificar planetas em formação pela primeira vez | Crédito da imagem: exoALMA
Com essa abordagem inovadora, foi possível identificar planetas com apenas alguns milhões de anos de idade, o que representa cerca de mil vezes menos que a idade da Terra. Uma das grandes descobertas é que a formação planetária ocorre de forma muito mais rápida do que se imaginava, em ambientes extremamente dinâmicos, repletos de fenômenos físicos complexos.
O professor Daniel Price, que também integra a equipe, destaca que essa descoberta traz pistas fundamentais para compreender como se formou o próprio planeta Terra. “Até hoje, descobrimos mais de cinco mil exoplanetas, mas todos em sistemas já maduros. Sabemos pouco sobre como eles se formaram e por que são tão diferentes do nosso sistema solar”, afirma. “Agora, com os planetas mais jovens encontrados, começamos a desvendar esses mistérios.”
Os primeiros resultados do projeto exoALMA foram publicados em 17 artigos na revista científica Astrophysical Journal Letters, e uma nova leva de estudos já está em andamento. Todo o material gerado, incluindo dados e imagens, será disponibilizado gratuitamente para a comunidade científica, a fim de impulsionar novas descobertas na área.
O projeto recebeu apoio do Conselho Australiano de Pesquisa e conta com a colaboração de instituições como a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos e o Observatório Nacional de Radioastronomia da NSF.
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