Ciência e Tecnologia • 08:48h • 02 de fevereiro de 2025
Cientistas da USP criam minicérebros com células de centenários para estudar Alzheimer e Parkinson
Projeto inovador utiliza células de centenários para estudar como o cérebro envelhece de forma saudável e prevenir doenças neurodegenerativas
Da Redação | Com informações do Governo de SP | Foto: Marília Ruberti/Comunicação Butantan
O estudo sobre o envelhecimento saudável está ganhando novos contornos graças a uma pesquisa inovadora da Universidade de São Paulo (USP). Pesquisadores estão criando minicérebros em laboratório a partir de células sanguíneas de centenários brasileiros, com o objetivo de entender como o cérebro envelhece de maneira saudável e prevenir doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson e outras condições comuns da terceira idade.
O projeto é conduzido no Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL) e tem como objetivo identificar genes protetores que ajudam a preservar o cérebro durante o envelhecimento. "Sabemos que, além de manter um estilo de vida saudável, a genética desempenha um papel fundamental na longevidade saudável, especialmente após os 90 anos", explica Mayana Zatz, coordenadora do CEGH-CEL.
Organoides desenvolvidos pela equipe do CCEGH-CEL | Foto: Monize Silva/USP
A pesquisa se concentra em dois aspectos principais: a coleta de amostras de sangue de centenários e a reprogramação dessas células para transformá-las em células-tronco pluripotentes induzidas (iPS). Essas células podem se transformar em diferentes tipos de células do corpo, como células musculares, ósseas ou nervosas. Os minicérebros resultantes dessa reprogramação ajudam os cientistas a estudar os processos que ocorrem no cérebro de pessoas com longevidade excepcional.
Além de investigar os genes relacionados ao envelhecimento saudável, os cientistas estão desenvolvendo minicérebros mais complexos, que não apenas imitam neurônios, mas também incluem outras células do sistema nervoso, como as micróglias. Essas células desempenham um papel crucial na proteção do cérebro contra infecções e no equilíbrio durante o envelhecimento. "Nosso objetivo é entender se as micróglias dos centenários estão mais protegidas contra os efeitos do envelhecimento, o que pode ser uma chave para prevenir doenças neurodegenerativas", explica Raiane Ferreira, pesquisadora do CEGH-CEL.
Inah Canabarro Lucas, com 116 anos, é a mulher mais idosa do mundo | Foto: USP/CEGH-CEL
Com os minicérebros mais avançados, os cientistas esperam entender como as células do cérebro dos centenários interagem de forma mais saudável e resistente ao envelhecimento. A pesquisa, além de oferecer insights para o tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson, também tem o potencial de mudar a forma como compreendemos a longevidade saudável e o envelhecimento no geral.
O projeto é um grande passo para a ciência e pode levar a descobertas significativas, não apenas no tratamento de doenças, mas também no aprimoramento da qualidade de vida à medida que envelhecemos. Ao entender como o cérebro pode se proteger dos efeitos do tempo, os cientistas da USP podem ajudar a garantir que as gerações futuras envelheçam de maneira mais saudável e com mais qualidade de vida.
O artigo Immunocompetent Brain Organoids with Microglia Allow Advanced Aging Research pode ser lido aqui.
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