Política • 16:50h • 26 de setembro de 2024
Cidades pequenas lideram candidaturas únicas: veja como isso impacta a eleição
Candidaturas religiosas crescem 225% e ganham força nas eleições 2024
Da Redação | Com informações da Agência Brasil | Foto: Fernando Frazão
As eleições municipais de 2024 trazem dados curiosos e mudanças significativas no cenário político brasileiro. O número de municípios com candidaturas únicas para prefeito dobrou em relação a 2020. Neste ano, 214 cidades terão apenas um candidato na disputa pelo cargo, o maior número nas últimas sete eleições, conforme levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Para efeito de comparação, em 2020, apenas 108 cidades tinham um único concorrente ao cargo.
Cidades com menos de 6,7 mil habitantes predominam entre os municípios com candidatura única. Entre os estados, o Rio Grande do Sul lidera com 43 cidades nessa situação, seguido de Goiás, com 20. Para esses municípios, basta um único voto para eleger o prefeito.
Segundo Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, os desafios administrativos e financeiros em pequenas cidades desestimulam novas candidaturas. "As questões burocráticas e entraves jurídicos tornam a vida pública muito penosa, o que afasta potenciais candidatos", afirma Ziulkoski.
Além disso, outro dado relevante é o aumento de cidades com até dois candidatos à prefeitura, que agora representam 53% do total de municípios brasileiros, refletindo a baixa representatividade e a manutenção de dinâmicas políticas já estabelecidas. Estima-se que cerca de 1,6 milhão de eleitores não terão mais do que uma opção de voto para prefeito em 2024.
Candidaturas religiosas em alta
Outro fenômeno interessante é o aumento expressivo de candidaturas com identidade religiosa. De acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa e Reputação de Imagem (IPRI), candidaturas que utilizam títulos religiosos no nome de urna, como “pastor”, “irmão”, “pai” e “mãe”, cresceram 225% nas últimas duas décadas.
Neste ano, 7.206 candidatos adotaram uma identidade religiosa em seus nomes, um aumento de 16 vezes mais rápido do que o crescimento geral de candidaturas. Os candidatos evangélicos, em especial, dominam esse cenário, com mais de 91% dos nomes religiosos relacionados a essa fé. Termos como "pastor" e "irmão" lideram entre os mais utilizados.
Esse aumento reflete a crescente mobilização religiosa nas eleições municipais, que teve início nos anos 1990 e, ao longo do tempo, se mostrou uma estratégia eficaz. Candidaturas religiosas têm historicamente uma forte presença no Legislativo, ocupando cerca de 51% das cadeiras nas câmaras municipais em grandes capitais.
Impactos eleitorais
Com essas mudanças, as eleições de 2024 evidenciam tanto a permanência de dinâmicas políticas locais em pequenos municípios quanto o impacto das candidaturas religiosas, que têm se mostrado uma ferramenta eficiente para garantir votos e conquistar cadeiras. Apesar do aumento de candidaturas religiosas, isso não necessariamente implica em vitória garantida, já que outros fatores como os recursos de campanha e o apoio partidário também desempenham papéis cruciais no resultado.
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