Cidades • 09:41h • 28 de setembro de 2024
Chumbinho em salsicha: Vanessa Paes evita tragédia com seus cães em Assis
Envenenamento de cães em Assis acende alerta sobre risco e comercialização ilegal do chumbinho
Da Redação | Foto: Arquivo pessoal
Na última quinta-feira (25), Vanessa Paes passou por momentos de grande tensão ao descobrir uma tentativa de envenenamento contra seus cães na área de sua casa, localizada no Jardim Paraná, em Assis. Ao perceber que um de seus cachorros, Alecrim, estava com uma salsicha na boca, Vanessa agiu rapidamente e, ao inspecionar o alimento, constatou a presença de chumbinho, veneno proibido em todo o país.
De acordo com o relato de Vanessa, tudo começou quando ela chegou em casa para almoçar. Após alimentar os cães, ela abriu a porta do quintal para seus cães e percebeu que Alecrim voltou com algo na boca. Ao verificar, descobriu que se tratava de uma salsicha contendo o veneno. "Eu senti um instinto, uma intuição de que havia algo errado, e ao tirar da boca dele, vi que era uma salsicha e, ao cortá-la, encontrei o chumbinho", relata Vanessa, que imediatamente entrou em contato com o veterinário e, felizmente, conseguiu evitar que o cachorro ingerisse o veneno.
Além de ter agido com rapidez, Vanessa recebeu o apoio de advogados que a orientaram sobre como proceder na delegacia, onde ela levou a salsicha envenenada e todos os documentos necessários, incluindo um laudo do veterinário confirmando a presença de chumbinho.
O caso chocou a comunidade e levantou preocupações sobre a segurança de animais domésticos e até de crianças, que poderiam ter contato com substâncias perigosas deixadas de forma irresponsável em áreas públicas e privadas. Vanessa destaca que outros moradores da região já relataram casos semelhantes de tentativas de envenenamento de animais. "Infelizmente, eu não consegui captar imagens de quem fez isso, mas já instalei câmeras de segurança para redobrar os cuidados e vou continuar a falar sobre isso", disse ela.
Cães de Vanessa Paes: Alecrim à direita e Angola à esquerda | Foto: Arquivo pessoal
Além de ser um crime ambiental, o uso de chumbinho é proibido por lei. O artigo 32 da Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) estabelece que praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais domésticos, silvestres, nativos ou exóticos é crime. A pena pode ser de três meses a um ano de detenção, aumentada de um sexto a um terço se o animal vier a morrer. Portanto, além de ser uma prática cruel, a tentativa de envenenamento é passível de punição severa pela legislação brasileira.
A atitude rápida de Vanessa evitou uma tragédia, mas a preocupação permanece. Ela continua vigilante, monitorando seus animais e alertando a comunidade sobre a importância de denunciar casos como esse. "Isso não deve acontecer com nenhum animal. Nós precisamos lutar para que essas atitudes cruéis sejam erradicadas", afirmou Vanessa.
Além dos cães, Vanessa também é tutora de um gata que poderia ter acesso à comida envenenada propositalmente | Foto: Arquivo pessoal
Informações sobre o chumbinho
Algumas orientações importantes sobre o chumbinho, fornecidas pela ANVISA, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O chumbinho é um produto clandestino, irregularmente utilizado como raticida e que não possui registro na ANVISA nem em nenhum outro órgão do governo, o que reforça sua ilegalidade.
O chumbinho geralmente tem uma forma de granulado cinza escuro ou grafite, na cor de chumbo. Apesar de ser um veneno agrícola utilizado como inseticida, acaricida ou nematicida, ele é desviado do campo e vendido ilegalmente nos centros urbanos para controle de roedores, embora não seja eficiente para esse fim.
O chumbinho é produzido e comercializado por quadrilhas de contraventores que o obtêm de forma criminosa, seja por roubo de carga, contrabando ou desvio das lavouras. Muitas vezes, esses criminosos diluem ou fracionam o produto para vendê-lo de forma clandestina. Algumas casas agrícolas, de forma igualmente irresponsável, também comercializam esse veneno às escondidas, o que também constitui crime.
Além de ser ineficaz para o controle de roedores, o chumbinho é altamente tóxico para animais e humanos. A ingestão pode provocar sintomas graves de intoxicação em menos de uma hora, como náuseas, vômitos, sudorese, salivação excessiva (cialorreia), borramento visual, contração das pupilas (miose), hipersecreção brônquica, dor abdominal, diarreia, tremores e taquicardia.
Em caso de intoxicação, o número 0800-722-6001 está disponível gratuitamente para orientação e atendimento emergencial.
O uso e a venda do chumbinho são crimes, e sua comercialização e uso indevido devem ser denunciados às autoridades competentes para garantir a segurança de todos.
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