Variedades • 17:02h • 02 de dezembro de 2025
Chance de vida longa no Brasil é a maior da história; veja evolução desde 1940
Pesquisa da IBGE divulgada na sexta (28/11) mostra que expectativa de vida da população alcançou 76,6 anos, a maior da história, depois de queda na época da covid-19. Maior aumento é entre os idosos
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Gov | Foto: Arquivo Âncora1
Em 2024, a expectativa de vida da população brasileira alcançou 76,6 anos, um avanço de 2,5 meses em relação a 2023. Entre os homens, a esperança de vida subiu de 73,1 para 73,3 anos. Já entre as mulheres, o indicador passou de 79,7 para 79,9 anos, aumento equivalente a 2 meses. Os dados fazem parte das Tábuas de Mortalidade 2024, do IBGE, e mostram que a diferença entre os sexos permaneceu em 6,6 anos.
A evolução recente se soma a um longo movimento de crescimento da longevidade no país. Em 1940, a expectativa de vida ao nascer era de apenas 45,5 anos — 42,9 anos para homens e 48,3 anos para mulheres, diferença então de 5,4 anos. Desde então, o indicador subiu 31,1 anos no total, sendo 30,4 anos de aumento para os homens e 31,6 anos para as mulheres. Nas décadas seguintes, a esperança de vida continuou avançando: 48,0 anos em 1950, 52,5 anos em 1960, 62,5 anos em 1980, chegando a 74,4 anos em 2010. Em 2019, antes da pandemia, o país havia atingido 76,2 anos.
A crise da COVID-19 interrompeu essa trajetória. Em 2021, a expectativa de vida caiu para 72,8 anos — 69,3 anos entre homens e 76,4 anos entre mulheres. A retomada ocorreu a partir de 2022, com recuperação expressiva nos anos seguintes.
No cenário internacional, países com maior longevidade seguem muito acima do Brasil. Em 2024, Mônaco liderava com 86,5 anos, seguido por San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4).
Mortalidade infantil tem queda histórica
A mortalidade infantil também apresentou forte redução ao longo das últimas décadas. Em 2024, o país registrou taxa de 12,3 mortes por mil nascidos vivos, mantendo o patamar observado em 2023 (12,5). Em 1940, esse número era de 146,6 por mil — queda de 91,6% ao longo do período. No mesmo ano, a mortalidade entre crianças de 1 a 4 anos era de 76,7 por mil; em 2024, esse valor recuou para 2,2 por mil, uma redução de 97,1%.
A taxa de mortalidade na infância (antes dos 5 anos) caiu de 212,1 por mil em 1940 para 14,4 por mil em 2024, retração de 93,2%. Em 1940, 69,1% das crianças que morriam antes dos 5 anos faleciam no primeiro ano de vida. Já em 2024, essa proporção foi de 84,8%.
Esses avanços refletem políticas públicas como campanhas de vacinação, pré-natal mais amplo, aleitamento materno, atuação dos agentes comunitários de saúde, programas de nutrição, além de melhorias em renda, escolaridade e saneamento.
Sobremortalidade masculina permanece elevada entre jovens
A tabela de mortalidade por sexo e idade mostra que, em 2024, a sobremortalidade masculina voltou a se concentrar nos adultos jovens. Entre 20 e 24 anos, homens tinham 4,1 vezes mais risco de morrer do que mulheres da mesma idade. Nos grupos de 15 a 19 anos e 25 a 29 anos, as razões eram de 3,4 e 3,5, respectivamente. Esse fenômeno não existia em 1940 e é associado ao aumento de mortes por causas externas, como homicídios, acidentes e suicídios, especialmente a partir dos anos 1980.
Embora a expectativa de vida masculina tenha avançado 30,4 anos desde 1940, especialistas ressaltam que poderia ser ainda maior sem o impacto das mortes violentas sobre os jovens.
Expectativa de vida aos 60 anos cresce mais de 9 anos
O envelhecimento também mostra ganhos importantes. Em 1940, quem completava 60 anos vivia, em média, mais 13,2 anos — sendo mais 11,6 anos para homens e 14,5 para mulheres. Em 2024, esse indicador subiu para 22,6 anos: 20,8 anos adicionais para homens e 24,2 para mulheres. Ou seja, desde 1940, a expectativa de vida aos 60 anos aumentou 9,3 anos no total (ganhos de 9,2 anos entre homens e 9,7 anos entre mulheres). A pandemia reduziu temporariamente esses valores em 2020 e 2021, mas os números voltaram a melhorar a partir de 2022.
Outro indicador de longevidade mostra que, em 2024, pessoas que chegavam aos 80 anos viviam, em média, mais 9,5 anos no caso das mulheres e 8,3 anos entre os homens. Em 1940, esses valores eram de 4,5 e 4,0 anos, respectivamente.
Sobre a pesquisa
As Tábuas de Mortalidade 2024 integram as projeções populacionais do IBGE para o período 2000–2070. Elas detalham os padrões de mortalidade no país e são utilizadas pelo Governo Federal na definição do fator previdenciário, um dos componentes do cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.
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