Variedades • 20:47h • 10 de setembro de 2025
Celular ao volante já rivaliza com álcool como maior risco no trânsito brasileiro
Infrações cresceram mais de 16% em 2024 e uso do aparelho é terceira principal causa de mortes nas estradas do país
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1

As multas aplicadas a motoristas flagrados utilizando celular ao volante dispararam no Brasil. Dados do Ministério dos Transportes mostram que, até novembro de 2024, houve aumento de 16,3% nas autuações por segurar o aparelho e de 13,2% por manusear o dispositivo, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além das estatísticas, estudos indicam que digitar mensagens ao dirigir pode elevar em até 400% o risco de acidentes.
Para o advogado especialista em trânsito Walber Pydd, o uso do celular já ocupa o espaço de maior vilão da segurança viária. “A chamada ‘nova infração do bafômetro’ não é apenas um problema estatístico, mas uma ameaça concreta à vida. A distração causada pelo uso do aparelho é imediata e retira totalmente a atenção do condutor”, alerta.
Levantamentos da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) apontam que essa prática é hoje a terceira principal causa de mortes no trânsito brasileiro, atrás apenas do excesso de velocidade e do consumo de álcool. Estima-se que 150 pessoas morram por dia em decorrência do uso de celular ao volante, o que equivale a cerca de 54 mil mortes anuais.
A legislação brasileira considera gravíssima a infração de segurar ou manusear o telefone ao dirigir, conforme o artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro. A multa é de R$ 293,47, com acréscimo de sete pontos na CNH. O simples ato de segurar o aparelho, sem digitar ou falar, já é suficiente para autuação. Além disso, falar ao telefone mesmo com fones de ouvido é classificado como infração média.
Com o endurecimento das regras de pontuação, uma única infração gravíssima pode comprometer o histórico do condutor e levar à suspensão da carteira, sobretudo no caso de motoristas profissionais. Pydd lembra que a fiscalização já utiliza câmeras de alta resolução, videomonitoramento e até inteligência artificial para identificar infratores, o que elevou em mais de 500% o número de autuações em operações da Polícia Rodoviária Federal.
A preocupação também é global. Em Buenos Aires, por exemplo, a multa por usar celular ao volante pode superar o equivalente a R$ 2 mil. O recado é claro: autoridades de diferentes países buscam tolerância zero para esse tipo de comportamento.
Na prática, especialistas reforçam que a recomendação é simples: manter o celular fora de uso durante a condução. Recursos como o modo “não perturbe ao dirigir” podem auxiliar, mas digitar, ler mensagens ou usar aplicativos só deve ser feito com o veículo parado em local seguro. “Não existe justificativa aceitável para usar o celular dirigindo. Cada segundo de distração pode ser fatal”, conclui Pydd.
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