Saúde • 13:51h • 26 de setembro de 2025
Casos de ansiedade entre adolescentes já superam índices de adultos no Brasil, aponta RAPS
Especialista explica como a internet e a pressão social afetam o bem-estar emocional dos jovens e orienta formas de prevenção e apoio
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Midiaria | Foto: Divulgação
A adolescência, fase marcada por intensas mudanças físicas, emocionais e sociais, tem apresentado números preocupantes de ansiedade. Dados da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS revelam que, entre 2013 e 2023, a taxa de transtornos de ansiedade foi de 125,8 casos por 100 mil habitantes entre jovens de 10 a 14 anos, e de 157 por 100 mil entre adolescentes de 15 a 19 anos. Entre adultos acima de 20 anos, a taxa foi menor, de 112 casos por 100 mil.
O cenário é confirmado por um levantamento de 2024 da Ipsos, segundo o qual 65% dos jovens de 18 a 24 anos relataram sintomas de ansiedade, e 19% da população brasileira declarou sofrer de depressão. Já a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que de 10% a 20% dos adolescentes do mundo enfrentam algum problema de saúde mental.
Para o psiquiatra Rodrigo Eustáquio, da Afya Educação Médica de Vitória, o acesso permanente à internet intensifica esse quadro. “As redes sociais trouxeram benefícios inegáveis, mas também aumentaram os riscos de comparação social, isolamento e ansiedade. O imediatismo e a busca por popularidade expõem os jovens a uma distorção de realidade, na qual apenas o ‘lado bom’ da vida aparece, gerando baixa autoestima e maior vulnerabilidade”, explica.
Sinais que merecem atenção
O especialista alerta para sinais que exigem atenção, como mudanças bruscas de comportamento, queda no rendimento escolar, isolamento, alterações no sono e no apetite. Muitas vezes, professores percebem primeiro essas mudanças, que, somadas a hábitos em casa, como insônia ou sonolência excessiva, revelam um quadro de sofrimento psíquico. “É preciso olhar com atenção e sem julgamento. Quanto antes o problema é identificado, maiores as chances de recuperação e qualidade de vida”, reforça.
Rodrigo destaca ainda que o cuidado com a saúde mental vai além do consultório. Rotina estruturada, sono regular, prática de atividade física e limites no tempo de tela são medidas simples e eficazes para manter o equilíbrio emocional. No ambiente familiar e escolar, é fundamental estimular espaços de diálogo. “Escutar é mais importante do que oferecer respostas prontas. Os jovens precisam sentir que têm um lugar seguro para compartilhar suas angústias”, afirma.
O psiquiatra lembra que o excesso de telas é um desafio que afeta todas as idades. “Cabe aos adultos orientar os mais jovens com diálogo aberto e vínculos fortes, ajudando a identificar precocemente sinais de sofrimento mental. Esse acompanhamento é essencial para promover hábitos de vida mais saudáveis e equilibrados”, conclui.
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