Responsabilidade Social • 14:14h • 22 de setembro de 2025
Caso de agressão em escola reforça urgência de projetos contínuos de convivência e respeito
Para Marcella Jardim, trabalhar respeito, limites e empatia desde cedo é fundamental para proteger crianças e adolescentes e reduzir casos de violência nas escolas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Allure | Foto: Divulgação

A morte de uma adolescente agredida dentro de uma escola reacendeu o debate sobre a urgência de políticas eficazes de prevenção à violência e educação sexual no ambiente escolar. Especialistas apontam que episódios como esse não são isolados e refletem falhas estruturais na forma como a sociedade encara a educação preventiva.
Segundo a educadora sexual, sexóloga e professora Marcella Jardim, a educação sexual deve começar na infância, sempre de maneira adequada à faixa etária. “Ela vai muito além de falar sobre sexo. Trata-se de ensinar respeito, autocuidado, limites e a importância do consentimento”, afirma. Para Jardim, quando uma criança aprende a reconhecer o próprio corpo e diferenciar um toque de carinho de um abusivo, já está sendo protegida.
Consequências da falta de conhecimento
O bullying, muitas vezes subestimado, também ganha destaque nesse cenário. A especialista explica que se diferencia de uma brincadeira de mau gosto pela intensidade e repetição. Entre os sinais de alerta estão mudanças repentinas de comportamento, queda no rendimento escolar, queixas físicas para evitar a escola e objetos danificados sem explicação.
Para Marcella, os principais obstáculos ainda são o tabu e a falta de informação. “Muitos pais e educadores têm medo de falar sobre sexualidade por acreditarem que isso antecipa algo. Mas, na verdade, é falar sobre respeito, saúde e proteção”, observa. Ela alerta que as consequências do bullying podem ser severas e duradouras, incluindo baixa autoestima, ansiedade, depressão e até pensamentos suicidas.
Principais orientações
A especialista defende que escolas invistam em projetos contínuos de convivência e respeito, capacitem professores para identificar sinais de sofrimento e criem canais de escuta para alunos. Já os pais devem estar atentos às mudanças de comportamento, acolher os filhos e buscar diálogo com a escola. No caso de crianças que praticam agressões, Marcella orienta que a família não negue o problema, mas investigue suas origens e busque acompanhamento.
Ela também reforça a conexão entre educação sexual e prevenção ao bullying, já que ambas trabalham valores como empatia, respeito e limites. “Educar é proteger. O silêncio não protege, pelo contrário, abre espaço para a violência. Escutem seus filhos e alunos: eles estão falando o tempo todo, basta querer ouvir”, conclui.
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