Saúde • 11:13h • 27 de agosto de 2025
Câncer de pulmão: terapia inovadora aumenta expectativa de vida
Combinação de duas terapias apresentou, em estudos clínicos, uma sobrevida superior e maior controle dos sintomas em comparação ao tratamento padrão
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: CFF

Um novo tratamento para o câncer de pulmão mostrou resultados promissores ao aumentar a sobrevida e oferecer melhor qualidade de vida aos pacientes. Trata-se da combinação das drogas Rybrevant (amivantamabe) e Lazcluze (lazertinibe), já aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O estudo MARIPOSA (fase 3) comparou essa terapia combinada com o tratamento padrão, feito com osimertinibe, em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células que apresentam mutação no gene EGFR. Os resultados mostraram que 56% dos pacientes tratados com a nova combinação estavam vivos após 3,5 anos, contra 44% no grupo do tratamento convencional. Além disso, a análise indicou uma sobrevida superior a um ano em relação ao padrão atual.
De acordo com o oncologista Vitor Marcondes, pesquisador do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tratamento é indicado justamente para pacientes com essa mutação genética. “Esse gene, quando mutado, desenvolve um tumor agressivo. Com a terapia-alvo, conseguimos ultrapassar a barreira de um ano de sobrevida observada na quimioterapia tradicional”, explica.
O especialista ressalta que o câncer de pulmão com mutação em EGFR tende a apresentar novas alterações genéticas que favorecem o retorno da doença, mesmo após resposta inicial ao tratamento. A estratégia de combinar duas drogas é, portanto, fundamental para ampliar a eficácia. Isso porque amivantamabe e lazertinibe atuam em receptores diferentes do gene mutado, reduzindo o risco de progressão.
“Esse tratamento leva a uma melhor resposta e também a uma diminuição da incidência dessas mutações que provocam resistência”, afirma Marcondes.
Além do impacto na expectativa de vida, as terapias-alvo costumam trazer benefícios em relação à qualidade de vida, quando comparadas à quimioterapia e à radioterapia, já que tendem a causar menos efeitos colaterais debilitantes.
Câncer de pulmão: incidência e fatores de risco
O câncer de pulmão é o segundo tipo mais comum e a principal causa de morte por câncer no mundo, responsável por cerca de 2,4 milhões de novos casos e 1,8 milhão de óbitos anuais. No Brasil, são registrados aproximadamente 44,2 mil diagnósticos e 38,3 mil mortes por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Embora o tabagismo seja o principal fator de risco, não é o único. Exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fatores genéticos e histórico familiar também aumentam as chances de desenvolver a doença.
Os sintomas costumam surgir em estágios avançados, incluindo tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, rouquidão, falta de ar, bronquite e fadiga. O diagnóstico pode ser feito por exames de imagem, como radiografia e tomografia computadorizada, além do PET-Scan. A confirmação ocorre por meio da biópsia pulmonar.
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