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Saúde • 10:16h • 18 de julho de 2025

Canabidiol reduz dor neuropática e sintomas de depressão em estudo com animais

Pesquisa com ratos sugere efeitos equivalentes do CBD e da fluoxetina na depressão, mas somente o CBD se mostrou eficaz contra dor neuropática em dosagens maiores

Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: CFF

Os pesquisadores realizaram diferentes testes avaliando a percepção e resposta de dor dos animais.
Os pesquisadores realizaram diferentes testes avaliando a percepção e resposta de dor dos animais.

Estudo em animais indica potencial do canabidiol (CBD) no tratamento da dor neuropática crônica associada a comorbidades psiquiátricas, como a depressão. A conclusão veio da comparação dos efeitos do CBD e da fluoxetina, um dos medicamentos utilizados no controle da depressão. O trabalho foi realizado por um grupo de pesquisadores da USP em Ribeirão Preto e publicado na revista científica Neuroscience and Behavioral Physiology. Como resultado, o grupo verificou que a fluoxetina agia somente sobre a depressão, enquanto o CBD combinou efeitos antidepressivos e analgésicos.

A pesquisadora Priscila Medeiros de Freitas, do Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP) e colaboradora da Escola de Enfermagem (EERP), ambas da USP em Ribeirão Preto, conta que a busca por novas terapias se justifica pelo porcentual de pessoas com dores crônicas que não respondem aos tratamentos convencionais – seja porque as medicações não conseguem atuar de maneira eficaz em todas as condições ao mesmo tempo (dor e depressão), seja pelos efeitos colaterais indesejados dos medicamentos comumente usados.

Quanto à escolha do CBD, Priscila destaca o potencial terapêutico do composto retirado da cannabis em diversas condições de saúde, especialmente em distúrbios neurológicos, psiquiátricos e dores crônicas.

Ela acrescenta que, apesar das diferentes propriedades terapêuticas confirmadas, “ainda são necessários mais estudos para elucidar de forma consistente o potencial terapêutico do CBD no tratamento da dor neuropática e de suas comorbidades associadas”.

A pesquisadora acredita que o CBD não deve substituir os tratamentos existentes, mas representa uma possibilidade farmacológica disponível: “Mais uma possibilidade terapêutica promissora e multifuncional com a vantagem de combinar efeitos antidepressivos e analgésicos em um único composto”.

Segurança de uso e efeitos na dor e depressão

Foram avaliados os efeitos de 20 mg/kg de fluoxetina e de diferentes doses do CBD (3, 10 e 30 mg/kg) em ratos com lesão do nervo isquiático (ciático). A dose única da fluoxetina, informa a pesquisadora, é a quantidade validada em estudos de seu próprio grupo de pesquisa para a redução dos sintomas depressivos nos roedores. Já as doses do CBD administradas avaliaram as respostas dos roedores às diferentes dosagens.

O modelo animal foi escolhido para “promover a constrição do nervo isquiático com um fio biodegradável, mantendo os efeitos sensoriais de dor nos animais”. Esse modelo reproduz características comuns às neuropatias humanas, como a alodinia, um tipo de dor provocada por estímulos normalmente não dolorosos, e a hiperalgesia, o aumento da resposta à dor, além de comportamentos relacionados a prejuízos cognitivos e do tipo depressivos e ansiosos, “comorbidades frequentes encontradas em pacientes com dor crônica”, complementa.

Os pesquisadores realizaram diferentes testes avaliando a percepção e resposta de dor dos animais (estímulos mecânicos), a depressão ou desespero comportamental (cessação dos esforços ativos de fuga) e a anedonia (incapacidade de sentir prazer em atividades antes agradáveis). Entre os resultados, observaram que a fluoxetina, assim como a menor dose de CBD (3 mg/kg), conseguiu reduzir a depressão. Enquanto isso, as demais doses de CBD (10 e 30 mg/kg) foram mais eficazes na redução da sensibilidade dolorosa. “Os efeitos analgésicos mais consistentes foram obtidos com a dose mais alta, de 30 mg/kg”, ressalta a pesquisadora.

Segundo Priscila, os resultados do estudo “reforçam o potencial do CBD, especialmente considerando os efeitos terapêuticos que ele demonstrou em diferentes testes comportamentais”. Ela reforça que o CBD ainda não deve ser considerado como substituto para os tratamentos já existentes, mas que “pode representar mais uma possibilidade dentro do arsenal farmacológico disponível”.

Mesmo em fase pré-clínica, os experimentos em animais, como os realizados pelo grupo da USP, “são essenciais para fundamentar os mecanismos de ação, os desenhos de ensaios clínicos mais robustos, que avaliem eficácia, segurança, dosagem e vias de administração em humanos”, continua Priscila. A partir deles, será possível avançar na validação terapêutica e, futuramente, “incorporar o CBD como alternativa viável na prática médica para pacientes com dor crônica e comorbidades psiquiátricas, e, assim, sua aplicação translacional em populações humanas”.

Priscila acrescenta também que alguns estudos clínicos (em humanos) já sugerem os benefícios do CBD em pacientes com dor crônica e depressão associados, envolvendo propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e neuromoduladoras, contudo “necessita-se de mais estudos clínicos”. Quanto à depressão, estudos clínicos vêm mostrando potenciais efeitos do CBD, especialmente em pessoas com comorbidades ansiosas ou em casos de depressão resistente ao tratamento convencional.

O projeto foi desenvolvido durante a iniciação científica da fisioterapeuta Débora Thais Pereira Brito no Laboratório de Neurociências da Dor e das Emoções – Centro Multiusuário de Neuroeletrofisiologia, coordenado pelo professor Renato Leonardo de Freitas, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Participaram do estudo a professora Christie Ramos Leite-Panissi, da FFCLRP; a professora Evelin Capellari Cárnio, da Escola de Enfermagem (EERP); os professores Norberto Cysne Coimbra e Hélio Rubens Machado, além da doutoranda Ana Carolina Medeiros (FMRP), todas da USP em Ribeirão Preto.


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