Economia • 14:52h • 03 de julho de 2025
Brasileiros atingem marca histórica de R$ 2 trilhões em impostos às 17h17 desta quinta-feira (03)
Impostômetro atinge o valor nesta quinta-feira em São Paulo, refletindo alta da arrecadação impulsionada por inflação, crescimento econômico e aumento de alíquotas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da ACSP | Foto: Divulgação

Os brasileiros vão alcançar nesta quinta-feira (3), às 17h17, a marca de R$ 2 trilhões pagos em impostos em 2025. O valor será registrado no painel do Impostômetro, mantido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no Centro Histórico da capital paulista. A cifra chega 19 dias mais cedo que no ano passado, quando esse patamar foi atingido apenas em 21 de julho, e representa um aumento de 11,1% em relação a 2024, quando o painel marcava R$ 1,8 trilhão no mesmo período.
De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da ACSP, o resultado reflete uma combinação de fatores. "Entre eles, destaca-se o aquecimento da atividade econômica", afirma. Além disso, a inflação teve papel importante nesse crescimento, já que o sistema tributário brasileiro incide fortemente sobre o consumo. Com preços mais altos, cresce a base de arrecadação.
O economista também aponta outras razões para o salto: elevação das alíquotas do ICMS, tributação de offshores, reoneração dos combustíveis, mudanças nos incentivos fiscais dos estados e a volta do voto de qualidade do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Apesar do resultado forte no primeiro semestre, ele avalia que as perspectivas para o restante de 2025 são mais modestas, devido à expectativa de menor crescimento econômico e à elevação da taxa básica de juros (Selic).
O painel físico do Impostômetro fica na Rua Boa Vista, 51, no Centro de São Paulo. Quem quiser pode acompanhar em tempo real os números de arrecadação federal, estadual e municipal pelo site oficial.
Gastos públicos já superam R$ 2,6 trilhões
A plataforma Gasto Brasil, que compartilha o mesmo espaço do Impostômetro, mostra de forma acessível como o governo está utilizando os recursos arrecadados. Até o momento, os dados indicam que os gastos primários (excluindo juros da dívida) já somam mais de R$ 2,6 trilhões neste ano, ou seja, R$ 550 bilhões a mais do que o valor arrecadado em impostos.
Ruiz de Gamboa observa que, embora o crescimento da arrecadação seja positivo, o desequilíbrio entre receitas e despesas revela desafios para a solvência das contas públicas. “O dado positivo é que a arrecadação está crescendo em ritmo mais acelerado do que no ano passado. Mas também é resultado da inflação e do aumento da carga tributária, com elevação de alíquotas e o fim de isenções fiscais”, explica.
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