Mundo • 13:16h • 19 de agosto de 2025
Brasileiros ainda enfrentam barreiras no acesso à água potável
Apesar de avanços com o Marco Legal do Saneamento, país ocupa apenas a 85ª posição no ranking global
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Ecotur | Foto: Arquivo/Âncora1

O Brasil, dono da maior reserva de água doce do planeta, ainda enfrenta obstáculos para garantir que esse recurso chegue de forma segura a toda a população. Segundo dados de 2023 divulgados pela Unicef e OMS, 86% dos brasileiros têm acesso à água potável, o que coloca o país na 85ª posição entre 137 países avaliados.
Especialistas apontam que a má distribuição da água pelo território nacional é um dos principais desafios. Cerca de 80% de toda a disponibilidade hídrica brasileira está concentrada na Amazônia, região onde vivem apenas 5% dos habitantes do país. Essa desigualdade torna ainda mais urgente o fortalecimento das políticas públicas, da gestão hídrica e do saneamento básico.
“A qualidade da água garante mais qualidade de vida para as pessoas, seja nos centros urbanos ou no litoral. Com inovação, tecnologia e a aplicação de práticas ESG, é possível garantir a qualidade de vida para as futuras gerações”, destaca a economista e ambientalista Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios.
O tema também faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, da ONU. O ODS 6 reconhece que todos devem ter acesso à água potável e saneamento, um direito humano reconhecido oficialmente em 2010. A recomendação é que cada pessoa tenha disponível de 50 a 100 litros por dia para uso doméstico, sem que os custos ultrapassem 3% da renda familiar.
Além da infraestrutura, o consumo consciente também é apontado como essencial. O IBGE alerta que o desperdício ainda é elevado no país, resultado de hábitos inadequados e de falhas na rede de distribuição. Segundo estimativas, a universalização do saneamento poderia reduzir em mais de 86 mil o número de internações anuais por doenças relacionadas à falta de tratamento adequado da água.
O Marco Legal do Saneamento, criado pela Lei nº 14.026/2020, prevê que 99% dos brasileiros tenham acesso à água tratada e 90% à rede de esgoto até 2033. No entanto, especialistas alertam que, mantido o ritmo atual de investimentos, o país não conseguirá atingir a meta dentro do prazo estipulado. Para Vininha, o momento exige ações concretas e maior participação do setor privado, já que hoje 94% das companhias de água e esgoto ainda pertencem ao setor público.
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