• Fundação Itaú e IA Edu/UFAL lançam especialização gratuita em Inteligência Artificial
  • Cruzália confirma show de Jad & Jefferson nas festividades natalinas de 2025
  • Feira da Noite de Assis tem nova edição nesta terça com show do Núcleo de Forró Trio Jandaia
Novidades e destaques Novidades e destaques

Responsabilidade Social • 09:31h • 09 de maio de 2025

Brasil tem potencial para zerar emissões de carbono até 2040, afirma cientista

Cientista vê urgência de transição para matriz energética 100% limpa

Agência Brasil | Foto: Arquivo Âncora1

O cientista destacou que os efeitos dessas medidas, além de ir além do enfrentamento à urgência climática, poderiam garantir mais qualidade de vida às populações.
O cientista destacou que os efeitos dessas medidas, além de ir além do enfrentamento à urgência climática, poderiam garantir mais qualidade de vida às populações.

O Brasil é capaz de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2040, afirma o cientista Carlos Nobre. Na palestra de abertura no segundo dia da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, Nobre falou sobre mudanças climáticas e antecipou dados de um estudo, ainda em andamento, que constata que o país pode alcançar a meta nessa data.

Segundo Nobre, são necessárias transições para uma matriz energética 100% limpa, agricultura neutra em carbono, emissões negativas a partir do uso adequado da terra e restauração em grande escala.

“O Brasil tem total potencial para ter 100% de energia limpa e renovável e, até 2040, com agricultura muito mais neutra em carbono, grande restauração florestal. Nosso estudo aponta que podemos remover até 600 milhões de toneladas de CO2 por ano, a partir de 2040, restaurando os biomas”, diz o climatologista.

O cientista destacou que os efeitos dessas medidas, além de ir além do enfrentamento à urgência climática, poderiam garantir mais qualidade de vida às populações.

“Caso vocês não saibam, a queima dos combustíveis fósseis gera poluentes em todas as cidades do mundo. Quantas pessoas morrem devido à poluição urbana no mundo? Seis a sete milhões de pessoas por ano."

Carlos Nobre destacou que, em 2022, o Brasil era o quinto maior emissor do planeta, com o despejo de 11 toneladas de gases do efeito estufa por pessoa ao ano. Na comparação com outros grandes emissores, a China emitia na época 10,5 toneladas por pessoa, a Índia, 2 toneladas e Estados Unidos 16,5 toneladas por pessoa ao ano.

De acordo com o cientista, o Brasil vem melhorando esse quadro, mas, com as políticas do governo atual, como restauração de 12 milhões de hectares e a meta de zerar o desmatamento de todos os biomas até 2030, o país ainda terá emissão de 1,2 bilhões de toneladas de CO2 equivalente, caso seja mantido o uso de energia fóssil e agropecuária de alta emissão.

Consequências

Sem medidas mais enfáticas de enfrentamento à urgência climática, Carlos Nobre mostra que haverá consequências graves, como o branqueamento de corais, que põe em risco 25% de toda biodiversidade oceânica, a intensificação do aquecimento global, com indicativo de desaparecimento de 99% das espécies, caso o planeta ultrapasse 2 graus acima do período industrial.

Outras consequências desastrosas destacadas pelo climatologista são o descongelamento de terras com água sólida, responsáveis pela retenção de uma quantidade gigantesca de metano e gás carbônico.

“Se passar de 2 graus, nós vamos liberar mais de 200 bilhões de toneladas de metano e gás carbônico. O metano é um gás muito poderoso do efeito estufa, 30 vezes mais forte que o gás carbônico”, explica.

Amazônia

No Brasil, o risco de a Amazônia atingir um ponto de não retorno é cada vez maior, afirma Carlos Nobre. “Todo o sul da Amazônia está com o período de seca de quatro a cinco semanas mais longo, com ar mais seco e grande aumento da mortalidade das árvores.”

Em uma região que envolve sudeste e sul do Pará e norte de Mato Grosso, a floresta já virou ponto de emissão de carbono, deixando de cumprir o serviço ecossistêmico de captura desses gases. “A Amazônia, na década de 90, removia mais de 1,5 bilhão de toneladas de CO2, e essa região está ficando muito próxima do ponto de não retorno”, reforça.

As secas estão mais severas, com fenômenos mais intensos como o El Niño, e o Atlântico mais quente, a Amazônia, mais seca.

“Antes tínhamos uma seca severa a cada 20 anos e agora tivemos em 2005, 2010, 2015 e 2016, além da seca mais forte do registro histórico em 2023, 2024.”

Tudo isso impacta na presença dos rios voadores, responsáveis por levar chuvas a grande parte do país. “Só a floresta nos territórios indígenas da Amazônia brasileira é capaz de explicar a presença de até 30% dos rios voadores. Pelo menos 40% da chuva no Cerrado e no Sul do Brasil e em 15% do Sudeste dependem dos rios voadores”, enfatiza.

Todos esses impactos, já percebidos, podem resultar em uma mudança de cenário drástica no país. “Se o desmatamento chegar entre 20 e 25% e o aquecimento global a 2,5ºC, vamos perder pelo menos 50% da Amazônia, talvez até 70%. A floresta vai virar um ecossistema totalmente degradado. Parece uma savana tropical do Cerrado, mas muito degradada, não com a biodiversidade rica aqui do Cerrado”, diz Nobre.

O cientista ressalta que também o Cerrado e a Caatinga estão muito próximos do ponto de não retorno, o que implica mais ondas de calor e riscos para a saúde humana, além de mais incidência de extremos climáticos e pandemias originadas na floresta em desequilíbrio.

Carlos Nobre apontou ainda caminhos para adaptação das cidades aos desafios de diminuir as desigualdades socioeconômicas e de deixar um legado sustentável às futuras gerações.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Saúde • 21:21h • 02 de dezembro de 2025

Overtraining: sinais que indicam excesso de treino e como evitar lesões por uso repetitivo

Especialistas explicam como o corpo alerta sobre sobrecarga, quais dores merecem atenção e quais estratégias reduzem o risco de lesões

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 20:43h • 02 de dezembro de 2025

Nestlé leva a Marília plataforma de treinamento com realidade virtual e IA para capacitar colaboradores

Ferramenta NesVerso adapta desafios ao desempenho individual e inaugura módulo de Segurança, Saúde e Sustentabilidade Ambiental na unidade

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 19:39h • 02 de dezembro de 2025

Brasil celebra Dia da Astronomia com legado imperial e atenção ao objeto 3I/Atlas

Data celebrada em 2 de dezembro reforça a influência do imperador no avanço científico do país e coincide com novo interesse popular por fenômenos celestes, como o objeto interestelar 3I/Atlas

Descrição da imagem

Educação • 18:49h • 02 de dezembro de 2025

Fundação Itaú e IA Edu/UFAL lançam especialização gratuita em Inteligência Artificial

Curso lato sensu oferece 200 vagas, 360 horas de formação e inicia inscrições em 1º de dezembro; proposta integra IA, educação e cultura com foco em gestão pública

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 17:41h • 02 de dezembro de 2025

Primeira Vogue Night de Assis acontece nesta sexta, 5 de dezembro, no Galpão Cultural

Evento do Coletivo Assis Kunty reúne cultura Ballroom, batalhas, passarela, DJ sets e categorias de performance

Descrição da imagem

Variedades • 17:02h • 02 de dezembro de 2025

Chance de vida longa no Brasil é a maior da história; veja evolução desde 1940

Pesquisa da IBGE divulgada na sexta (28/11) mostra que expectativa de vida da população alcançou 76,6 anos, a maior da história, depois de queda na época da covid-19. Maior aumento é entre os idosos

Descrição da imagem

Cidades • 16:38h • 02 de dezembro de 2025

Monumento da Revolução de 1932 passa por ação completa de revitalização no centro de Assis

Limpeza reforçada integra rotina de manutenção de praças históricas e reforça preservação da memória constitucionalista na cidade

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 16:16h • 02 de dezembro de 2025

CSU de Assis recebe mais de 3 mil visitantes durante o fim de semana

Temperaturas elevadas aumentaram o movimento no Centro Social Urbano, que segue como uma das principais opções gratuitas de lazer da cidade