Mundo • 17:09h • 10 de setembro de 2025
Brasil tem 24% dos jovens sem estudar e sem trabalhar, aponta OCDE
Relatório internacional coloca Brasil entre os países com mais jovens “nem-nem”
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1

O relatório Education at a Glance 2025, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelou nesta terça-feira (9) que o Brasil tem a 4ª maior proporção de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam nem trabalham. Segundo o estudo, 24% da juventude brasileira está nessa condição, enquanto a média dos países-membros é de 14%.
O documento também destaca que o Brasil ainda integra um grupo de apenas cinco países que utilizam exclusivamente exames acadêmicos, como Enem e vestibulares, como forma de ingresso no ensino superior. Nos demais 29 países analisados, já são considerados critérios complementares, como entrevistas, histórico escolar e experiências prévias, que valorizam competências socioemocionais e práticas.
Para o especialista em educação profissional e empregabilidade, Giuliano Amaral, CEO da Mileto, o cenário exige atenção imediata. “Períodos prolongados fora do mercado reduzem drasticamente as chances de inserção futura, além de ampliar desigualdades sociais. É preciso adotar políticas públicas e ações privadas que estimulem a formação técnica, o desenvolvimento de soft skills e a aproximação dos jovens com as demandas reais do mercado de trabalho”, avalia.
Segundo Amaral, experiências que unem escolas, empresas e programas de estágio têm mostrado resultados positivos, principalmente quando voltadas para o ensino médio técnico. “A formação precisa ser mais conectada ao mundo do trabalho. Hoje, o jovem deve sair da escola com competências socioemocionais desenvolvidas e também com uma visão prática da sua atuação profissional”, acrescenta.
O relatório da OCDE reforça a necessidade de repensar a transição entre a escola e o mercado. Para especialistas, adotar critérios de seleção que valorizem não apenas conteúdos acadêmicos, mas também habilidades interpessoais e experiências práticas, é um passo importante para reduzir o índice de jovens “nem-nem” e ampliar oportunidades no Brasil.
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