• Campeonato de skate em Palmital terá disputa em cinco categorias neste domingo
  • Procon-SP e OAB lançam cartilha para orientar apostadores sobre seus direitos
Novidades e destaques Novidades e destaques

Responsabilidade Social • 15:30h • 19 de julho de 2024

Brasil registra um crime de estupro a cada seis minutos em 2023

Perfil dos agressores é constante; quase a totalidade é homem

Agência Brasil | Foto: Arquivo

Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública
Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública

O Brasil registrou um crime de estupro a cada seis minutos em 2023. Com um total de 83.988 casos de estupros e estupros de vulneráveis registrados e um aumento de 6,5% em relação a 2022 o país atingiu um triste recorde. As mulheres são a maioria das vítimas e os agressores estão, na maior parte das vezes, dentro de casa.

Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Além do recorde em estupros, a publicação aponta o aumento dos registros em todas as modalidades de violência contra a mulher no país e mostra que o perfil dos agressores é constante: quase a totalidade é homem - algo que pode parecer óbvio sobretudo para as mulheres, mas, como defende o Fórum, é preciso ser lembrado principalmente quando se pensa em políticas públicas para prevenir esse crime.

Segundo o anuário, de todas as ocorrências de estupro verificadas em 2023, 76% correspondem ao crime de estupro de vulnerável, tipificado na legislação brasileira como a prática de conjunção carnal ou ato libidinoso com vítimas menores de 14 anos ou incapazes de consentir por qualquer motivo, como deficiência ou enfermidade.

Perfil

O perfil das vítimas não mudou significativamente em relação aos anos anteriores. São meninas (88,2%), negras (52,2%), de no máximo 13 anos (61,6%). Também não houve, de acordo com a publicação, variações na autoria e no local do crime: 84,7% dos agressores são familiares ou conhecidos, que cometem a violação nas próprias residências das vítimas (61,7%). As vítimas de até 17 anos compõem 77,6% de todos os registros.

O anuário chama a atenção para a prevalência de estupros de crianças e adolescente na faixa de 10 a 13 anos, com 233,9 casos para cada 100 mil habitantes, uma taxa quase seis vezes superior à média nacional, de 41,4 por 100 mil. No caso de bebês e crianças de 0 a 4 anos, a taxa de vitimização por estupro chegou a 68,7 casos por 100 mil habitantes, 1,6 vezes superior à média no país.

A maioria dessas vítimas é do sexo feminino. Entre os meninos, a maior incidência de estupros ocorre entre os 4 e os 6 anos de idade, caindo drasticamente à medida que se aproxima a vida adulta.

A taxa média nacional de estupros e estupros de vulnerável foi de 41,4 por 100 mil habitantes. Os estados com as maiores taxas isoladas foram Roraima, com 112,5 por 100 mil; Rondônia, com 107,8 por 100 mil; Acre, com 106,9 por 100 mil; Mato Grosso do Sul, com 94,4 por 100 mil; e Amapá, com 91,7 por 100 mil. Em relação aos municípios, Sorriso (MT) lidera a lista, com 113,9, seguido por Porto Velho (RO), com 113,6, Boa Vista (RR), com 101,5, Itaituba (PA), com 100,6, e Dourados (MS), com 98,6.

Violência contra a mulher

O anuário mostra ainda o aumento em todas as modalidades de violência registradas no país. O crime de importunação sexual foi um dos que mais cresceu, 48,7% em um ano. Em números absolutos, 41.371 ocorrências. O crime é referente a atos libidinosos indesejados, como apalpar, lamber, tocar sem permissão e até mesmo se masturbar em público. Já os crimes de stalking, ou seja, de perseguição, tiveram 77.083 registros, um crescimento de 34,5%.

Segundo o Fórum, esse dado é relevante porque esse crime pode ser o primeiro passo de outras violências e até mesmo de feminicídio – assassinato de mulheres.

Segundo a publicação o crime de assédio sexual aumentou 28,5% nesse período, totalizando 8.135 casos. Tentativas de homicídio cresceram 9,2%, com um total de 8.372 vítimas. A violência psicológica aumentou em 33,8%. Houve 38.507 desses registros. As agressões decorrentes de violência doméstica, cresceram 9,8%, chegando a 258.941 registros.

Os feminicídios tiveram alta de 0,8%. No total, 1.467 mulheres foram mortas no país em crimes de violência doméstica e outros por simplesmente serem mulheres. Mais da metade das mortes ocorre na residência – 64,3%. Entre as que morreram, 63% foram vítimas do parceiro íntimo; o ex-parceiro é o autor do crime em 21,2% dos casos. Nove em cada dez autores de assassinatos de mulheres são homens.

O número 190 foi acionado 848.036 vezes para reportar episódios de violência doméstica. Outras 778.921 ligações reportaram ameaças. Já as medidas protetivas de urgência ultrapassaram a barreira do meio milhão, ao todo, 540.255 foram concedidas em 2023.

O papel dos homens

Segundo o coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, o aumento das ocorrências pode estar relacionado tanto a um aumento dos crimes quanto ao aumento das denúncias e ocorrências policiais. “Por um lado, vários trabalhos estão tentando discutir a respeito do crescimento da própria violência, do fenômeno da violência, e por outro lado, também com variáveis que indicam também um maior nível de registro desse fenômeno acontecendo”.

Ele ressalta que é preciso se atentar ao fato de quem comete esses crimes é, na grande maioria dos casos, homem. É preciso, portanto, medidas voltadas para eles. “O que é incontornável, quando a gente olha para o perfil, por exemplo, dos agressores, sempre são os homens. 90% dos assassinos das mulheres são homens. E geralmente é parceiro íntimo, ex-parceiro íntimo. Em outras modalidades também, o homem aparece como o agressor.

Por um lado, é necessário que falemos em relação ao aprimoramento das políticas públicas para o atendimento dessas mulheres vítimas de violência, por outro lado, a gente tem que sim falar do papel do homem como o autor das violências”, diz.

É necessário, de acordo com o coordenador, que os homens participem ativamente do debate de medidas para acabar com a violência contra mulheres: “Os homens precisam participar desse debate e a gente precisa pensar, enquanto sociedade, em como ter ações, ter proposições para que a gente mude, inclusive socialmente, o papel dos homens como nessa posição de autores de violência. Porque, de fato, nesse contexto, só por meio dos registros que a gente tem, já fica bastante evidente que alguma coisa precisa mudar, senão o debate vai ser sempre apenas como melhor atender as vítimas de violência, e não o que a gente pode fazer para tentar evitar que essas tendências, que esse fenômeno da violência contra a mulher, violência doméstica e assim por diante, continue crescendo”.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 18:35h • 20 de setembro de 2025

Aplicativos de relacionamento LGBT são investigados pelo MPF por falhas na proteção de usuários

Procedimento administrativo busca avaliar medidas de proteção diante de casos de crimes como extorsão, agressões e homicídios

Descrição da imagem

Esporte • 17:27h • 20 de setembro de 2025

Campeonato de skate em Palmital terá disputa em cinco categorias neste domingo

Evento gratuito será neste domingo, dia 21 de setembro, a partir das 9h, na Pista de Skate Gabriel Coco Marinho, com inscrição solidária de 1 kg de alimento não perecível

Descrição da imagem

Economia • 16:39h • 20 de setembro de 2025

Procon-SP e OAB lançam cartilha para orientar apostadores sobre seus direitos

Publicação reúne informações sobre legislação, segurança nas apostas e riscos da ludopatia, com material gratuito disponível online

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 16:06h • 20 de setembro de 2025

Com Rotas do Vinho de SP, vinícolas registram aumento de visitantes, faturamento e empregos

Levantamento mostra que mais de 80% das vinícolas paulistas cresceram em número de turistas

Descrição da imagem

Saúde • 15:50h • 20 de setembro de 2025

Hipervitaminose: entenda os riscos do consumo indiscriminado de suplementos

Nutricionista explica que vitaminas e minerais são essenciais, mas consumo indiscriminado pode causar hipervitaminose, interações medicamentosas e até dependência emocional

Descrição da imagem

Cidades • 15:23h • 20 de setembro de 2025

Marília: Prefeitura realiza 1º Marília World Connection

Evento contará com a participação de empresários nacionais e internacionais para incentivar o comércio exterior

Descrição da imagem

Variedades • 14:35h • 20 de setembro de 2025

Pesquisa aponta que atividades criativas aumentam felicidade e satisfação pessoal

Estudo publicado na revista Frontiers in Public Health mostra que práticas artísticas fortalecem a percepção de propósito de vida; especialistas defendem estímulo à criatividade desde a escola

Descrição da imagem

Educação • 14:08h • 20 de setembro de 2025

SP anuncia segunda edição do Concurso de Receitas das Cozinheiras Escolares

Livro de receitas vencedoras da primeira edição está disponível em formato online no site da Secretaria da Educação; concurso deste ano tem como tema alimentação e sustentabilidade

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?