Mundo • 09:06h • 24 de junho de 2025
Brasil acompanha com tensão o caso de Juliana Marins, desaparecida em fenda de vulcão na Indonésia
Com clima extremo, geografia hostil e limitações de resgate, a brasileira segue desaparecida há dias; página nas redes sociais mobiliza familiares, amigos e milhares de pessoas pelo mundo
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Reprodução/Frame/Instagram

O desaparecimento da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia, tem mobilizado não apenas a família e os amigos, mas também milhares de brasileiros que acompanham, em tempo real, a tentativa de resgate. Desde o final da semana passada, quando a família foi informada do acidente, uma verdadeira corrida contra o tempo se iniciou na tentativa de localizar e resgatar a jovem com vida.
Juliana fazia parte de um grupo de turistas quando, segundo os relatos da família, pediu para descansar devido ao cansaço extremo durante a subida. O grupo continuou a trilha sem ela, e o guia local também não permaneceu ao seu lado. O agravante é que Juliana tem miopia avançada, com 5 graus de dificuldade visual, o que, combinado com a altitude e as condições climáticas severas da região, pode ter comprometido ainda mais sua capacidade de orientação.
Fenda de difícil acesso e clima hostil
O local onde Juliana desapareceu é conhecido por suas condições extremas: altitudes elevadas, terreno acidentado, temperaturas baixas durante a noite e riscos geológicos permanentes. Relatos de turistas que já enfrentaram a trilha ao Rinjani apontam o percurso como exaustivo, mesmo para pessoas com bom preparo físico.
O que se sabe até agora é que drones chegaram a avistá-la no primeiro dia de buscas, mas, desde então, outras tentativas de localização apontaram deslocamentos, sugerindo que ela pode ter escorregado ainda mais fundo na fenda ao longo dos dias. Estima-se que Juliana esteja, neste momento, a quase um quilômetro de distância do ponto inicial da queda.
A grande preocupação é que ela não recebeu, até agora, qualquer tipo de suprimento básico de sobrevivência, como água, alimentos ou proteção térmica adequada, fatores que agravam ainda mais o risco de vida com o passar das horas.
Governo brasileiro acompanha, mas intervenção é limitada
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, segue acompanhando o caso de perto. O que a legislação internacional permite, no entanto, é uma atuação restrita a solicitações formais de apoio e contato diplomático com as autoridades locais da Indonésia. Por questões geopolíticas e de soberania nacional, o Brasil não pode enviar equipes próprias para intervir diretamente nas operações de resgate.
A família de Juliana, por sua vez, tem centralizado as informações oficiais por meio da página “Resgate Juliana Marins” no Instagram. O perfil tem sido o canal mais direto de atualização para os milhares de brasileiros que acompanham o caso.
Repercussão nacional e tensão nas redes sociais
Na madrugada de segunda (23) para terça-feira (24), um dos momentos mais dramáticos do caso ocorreu quando uma equipe de resgate local subiu o monte e iniciou uma transmissão ao vivo pelo Instagram. O número de espectadores saltou de 10 mil para quase 200 mil em menos de uma hora.
A transmissão, feita em idioma local, gerou uma onda de indignação e questionamentos de brasileiros que, sem entender a língua, passaram a criticar o ritmo das operações e a conduta dos socorristas. Muitos comentários ofensivos surgiram, demonstrando a tensão emocional que o caso tem provocado, mas também a falta de compreensão sobre as dificuldades técnicas e geográficas envolvidas em um resgate de alta complexidade em um ambiente vulcânico.
Durante a live, foi possível observar movimentações intensas por parte da equipe de resgate, mas, até o momento, não houve confirmação de sucesso nas tentativas de alcançar Juliana.
Desafios logísticos e solidariedade internacional
Além da distância e da falta de equipamentos de resgate especializados, os desafios enfrentados pelas equipes locais incluem a falta de infraestrutura adequada, o risco de novos deslizamentos e a escassez de recursos como cordas, drones e dispositivos de comunicação para locais de difícil acesso.
Apesar das limitações, moradores locais e voluntários têm demonstrado solidariedade. Enquanto a família e os brasileiros seguem em vigília, a esperança de um desfecho positivo ainda mobiliza ações diplomáticas, campanhas de solidariedade e o olhar atento de todo o país para a Indonésia.
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