Mundo • 12:36h • 18 de setembro de 2024
Bloqueio da rede X no Brasil ganha apoio de intelectuais contra dominação das Big Techs
Carta aberta destaca a importância da independência tecnológica e pede que Big Techs parem de sabotar os esforços brasileiros em busca de um cenário digital democrático
Da Redação | Foto: Divulgação
Em uma carta aberta, intelectuais de diversos países expressaram seu apoio ao bloqueio da rede social X no Brasil e manifestaram preocupação com o que classificam como "ataques das Big Techs" contra a soberania digital brasileira. O documento, assinado por acadêmicos, cientistas e líderes globais, critica o comportamento das grandes corporações digitais e seus aliados, que estariam tentando restringir a capacidade de nações soberanas de definir uma agenda de desenvolvimento tecnológico livre do controle das megacorporações, como a plataforma X, de propriedade de Elon Musk.
O bloqueio da rede X, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro no final de agosto, veio após a empresa não cumprir decisões judiciais que exigiam a suspensão de contas responsáveis por incitar atos extremistas em janeiro de 2023. A carta destaca que o Brasil tem demonstrado um forte compromisso em reduzir sua dependência de empresas estrangeiras para dados e tecnologias, enquanto busca promover um ecossistema digital local que priorize a segurança, a democracia e a inclusão social.
Ação global contra a dominação das Big Techs
Os autores da carta afirmam que as Big Techs estão organizando um movimento para minar os esforços do Brasil em alcançar autonomia tecnológica e, de acordo com eles, essas ações não apenas ameaçam o país, mas também enviam uma mensagem preocupante ao mundo: a de que qualquer nação democrática que desafie o poder das corporações digitais poderá sofrer tentativas de interrupção de sua democracia. "As ações das Big Techs e seus aliados demonstram uma ameaça clara à soberania digital e ao direito de qualquer país em desenvolver políticas tecnológicas independentes", diz o documento.
Os signatários ainda pedem que o governo brasileiro se mantenha firme em sua agenda de independência digital, com apoio de organizações internacionais e outros países. Segundo a carta, é necessário que sejam criadas regras transnacionais dentro do marco da ONU, que regulamentem o acesso e uso de serviços digitais, garantindo que a tecnologia esteja a serviço das pessoas e do meio ambiente, e não apenas dos lucros corporativos.
Essa mobilização global representa uma batalha em um cenário cada vez mais polarizado entre as grandes corporações de tecnologia e os esforços governamentais de diversos países em regular o setor, buscando garantir que as plataformas digitais respeitem as leis locais e promovam um ambiente mais seguro e controlado.
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