Economia • 12:37h • 18 de julho de 2025
Bitcoin atinge recorde histórico e se consolida como ativo estratégico global
Com avanço de ETFs, respaldo institucional e reserva oficial nos EUA, criptomoeda rompe os US$ 123 mil e sinaliza nova fase de maturidade do mercado
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação

O Bitcoin ultrapassou neste mês de julho a marca de US$ 123 mil, alcançando o maior valor desde sua criação, em 2009. A valorização histórica é sustentada por uma combinação de fatores que mostram um novo momento para o ativo: regulamentação mais clara nos Estados Unidos, entrada massiva de capital via ETFs e o fortalecimento da imagem da criptomoeda como reserva de valor, inclusive com o respaldo do próprio governo norte-americano.
Ao contrário dos ciclos anteriores, marcados por especulação e volatilidade extrema, analistas indicam que o cenário atual representa um amadurecimento do ecossistema cripto. É o que defende o contador e consultor financeiro André Charone, autor do best seller “A verdade sobre o dinheiro”, que acompanha de perto a relação entre finanças tradicionais e ativos digitais.
Segundo Charone, a diferença desta vez está no perfil de quem investe e na estrutura montada ao redor do ativo. “Hoje temos auditoria, custódia segura, produtos regulamentados e a entrada de fundos gigantes como BlackRock e Fidelity. Isso tirou o Bitcoin do status de ativo marginal e o levou à prateleira dos investimentos institucionais”, explica.
Apenas em 2025, os ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos já movimentaram cerca de US$ 14,8 bilhões, com adesão crescente de investidores conservadores. A chamada “Crypto Week” no Congresso norte-americano, com debates sobre o Clarity Act e o Anti-CBDC Act, também reforçou a confiança do mercado. Em março, o governo dos EUA oficializou a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin, consolidando o ativo como parte da política econômica do país.
Charone ressalta que o Bitcoin está deixando de ser uma aposta arriscada para se tornar uma estratégia de proteção patrimonial de longo prazo. “Em tempos de instabilidade política e fiscal, principalmente na América Latina, muitas famílias e investidores de alta renda já utilizam o BTC como alternativa ao sistema bancário tradicional, para diversificar riscos e blindar parte do patrimônio”, afirma.
No entanto, o especialista alerta que o risco não desapareceu. A volatilidade continua sendo uma característica intrínseca do mercado. “O mesmo ativo que sobe 30% em um mês pode cair 20% em uma semana. É preciso cautela, principalmente para quem está entrando agora”, reforça.
No Brasil, embora os ETFs de criptomoedas estejam avançando, a insegurança jurídica ainda é um entrave. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem exigido mais transparência e educação financeira, mas o marco regulatório continua fragmentado. “A Receita já exige declaração, mas o ambiente ainda não é atrativo para grandes investidores. Isso freia o crescimento do setor no país”, conclui Charone.
Para o consultor, o novo recorde é apenas a ponta do iceberg. O Bitcoin, que por muito tempo foi tratado como uma curiosidade ou ameaça ao sistema financeiro tradicional, agora começa a ocupar espaço como ativo estratégico em carteiras sofisticadas ao redor do mundo. E, com o avanço regulatório, essa tendência deve se consolidar nos próximos anos.
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