Ciência e Tecnologia • 20:10h • 19 de agosto de 2025
Bebê nasce de embrião congelado há mais de 30 anos e levanta debate sobre ciência da fertilidade
Caso nos Estados Unidos mostra como a técnica de congelamento permite preservar a chance de gestação por décadas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Coworkcom | Foto: Arquivo/Âncora1

Nas últimas semanas, o nascimento de um bebê nos Estados Unidos chamou a atenção mundial por um motivo inusitado: ele veio de um embrião congelado em 1994, há mais de 30 anos. O episódio levanta uma questão curiosa e pouco explorada em meio ao noticiário, afinal, como é possível que um embrião preservado por tanto tempo dê origem a uma nova vida?
Segundo especialistas da Huntington Medicina Reprodutiva, a resposta está no avanço da ciência do congelamento de embriões e óvulos, técnica que se tornou segura, eficaz e acessível. Trata-se de um processo capaz de interromper o tempo biológico, colocando células em estado de dormência. Quando descongeladas da forma correta, elas podem retomar o desenvolvimento normalmente, mesmo décadas depois.
O método mais moderno atualmente é a vitrificação, um congelamento ultrarrápido que evita a formação de cristais de gelo dentro das células e garante maior preservação da integridade genética. O processo envolve etapas como estimulação ovariana, coleta de óvulos e a possibilidade de fertilização em laboratório. Tanto os óvulos quanto os embriões podem ser armazenados em nitrogênio líquido a -196°C, permanecendo viáveis por tempo indeterminado.
O congelamento de óvulos é indicado para mulheres que desejam adiar a maternidade, seja por escolha pessoal, seja por tratamentos médicos que possam comprometer a fertilidade. Já o congelamento de embriões é adotado por casais em processos de fertilização in vitro que pretendem preservar material excedente para uso futuro. A idade da mulher no momento do congelamento, no entanto, é um fator determinante para as chances de sucesso.
O caso norte-americano reforça que o tempo de preservação não é um obstáculo em si, mas que a qualidade do material e a tecnologia empregada são decisivas. Para especialistas, a história é também um convite à reflexão sobre a autonomia reprodutiva. A possibilidade de preservar a fertilidade por meio da ciência amplia o planejamento familiar e garante alternativas antes impensáveis.
Com décadas de atuação nesse campo, a Huntington destaca que o processo já evoluiu significativamente e hoje conta com inteligência artificial para seleção de embriões, análises genéticas e incubadoras avançadas. A técnica que surpreendeu o mundo com o nascimento do “bebê de 30 anos” segue se consolidando como uma das maiores revoluções da medicina reprodutiva.
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