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Saúde • 08:21h • 17 de abril de 2025

Avanços no tratamento da doença de Parkinson: tecnologia e esperança para pacientes no SUS

Hospitais da Ebserh oferecem tratamentos especializados, a exemplo de terapias avançadas para a melhoria da qualidade de vida

Da Redação com informações de Agência Gov | Foto: Arquivo Âncora1

A doença de Parkinson é a segunda patologia neurodegenerativa mais comum, ficando atrás apenas da doença de Alzheimer.
A doença de Parkinson é a segunda patologia neurodegenerativa mais comum, ficando atrás apenas da doença de Alzheimer.

Jozivan de Sousa, 43 anos, de Entre Rios (BA), recebeu o diagnóstico de doença de Parkinson aos 36 anos, durante um exame para obtenção da habilitação. A doença impactou seu trabalho devido às dificuldades motoras e, até mesmo para dormir, ele precisava de ajuda para realizar a simples tarefa de virar na cama. Apesar das limitações, Jozivan carregava um sonho: sabia que a doença não tinha cura, mas conhecia um procedimento capaz de melhorar sua qualidade de vida. Esse sonho se tornou realidade no dia 13 de fevereiro deste ano.

Ele foi o primeiro paciente do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (Hupes-UFBA/Ebserh) a passar pela cirurgia de implante de eletrodos de estimulação cerebral profunda ( DBS- Deep Brain Stimulation ) para o tratamento da doença de Parkinson. O procedimento representou um avanço significativo para a unidade hospitalar, consolidando sua capacidade de realizar intervenções de alta tecnologia na Bahia e trazendo benefícios para o Sistema Único de Saúde (SUS).

No dia 11 de abril, celebrou-se o Dia da Conscientização da doença de Parkinson. De acordo com as estimativas globais da OMS, mais de 8,5 milhões de pessoas em todo o mundo são diagnosticadas com a patologia. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, esse número tende a aumentar.

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por meio de seus hospitais universitários, tem feito a diferença na vida de pacientes de todo o país. “Já fui pela terceira vez ao hospital receber a carga (estímulo). Posso dizer que já apresentei melhoras. Minha voz melhorou, já consigo escovar os dentes, tomar banho. Tudo isso vejo como uma vitória”, comemora Jozivan.

Segunda doença degenerativa mais frequente do sistema nervoso central

Roberta Kauark, preceptora da residência de Neurologia do Hupes, explica que a doença de Parkinson é a segunda patologia neurodegenerativa mais comum, ficando atrás apenas da doença de Alzheimer. “A prevalência varia conforme a faixa etária e a região, mas, em geral, estima-se que afete cerca de 1 a 2% da população acima de 60 anos e até 4% dos idosos com mais de 80 anos”, relata.

A neurologista explica que a doença é progressiva e afeta a qualidade de vida de diferentes formas, podendo ter um prejuízo motor, que afeta a mobilidade e a independência funcional, impactando o manuseio de instrumentos e o autocuidado; o não motor que pode causar dor, constipação intestinal e sintomas psiquiátricos como depressão e ansiedade; e o social por conta do tremor, lentidão e alteração de equilíbrio.

Sem causa definida

Para Jairo Ângelos, neurocirurgião do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA/Ebserh), a causa da doença ainda é uma pergunta a ser respondida pela ciência. “Em torno de 95% dos casos, ela surge de maneira desconhecida na população. Acredita-se, no entanto, que possa haver uma combinação entre predisposição genética e um fator externo desconhecido, que desencadeia as alterações patológicas. O desenvolvimento dos sintomas baseia-se na diminuição da dopamina, o neurotransmissor responsável pelo controle dos movimentos no corpo”.

Ana Lucia Rosso, chefe da Unidade de Sistema Nervoso e responsável pelo Setor de Distúrbios do Movimento do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/Ebserh), no Rio de Janeiro, ressalta que a principal medicação para tratar os sintomas motores está disponível no Brasil desde a década de 1970.

“O princípio ativo é a levodopa associada a um inibidor da enzima dopa-descarboxilase. Outras drogas são utilizadas, mas possuem efeitos menores do que a levodopa. Atualmente, as pesquisas estão voltadas para substâncias que impedem a progressão da doença. Até hoje, não há nenhuma medicação capaz disso”, explica Ana Lucia. Ela acrescenta que os estudos indicam que os exercícios aeróbicos, como corrida, natação e dança, entre outros, podem contribuir para reduzir a progressão da doença, embora ainda não haja comprovação científica.

Entre os principais desafios no tratamento do Parkinson, Roberta Kauark destaca: ausência de terapia modificadora da doença; a resposta diferente de cada indivíduo ao tratamento e seus efeitos colaterais; a necessidade de tratamento multidisciplinar; a presença de sintomas não motores que não respondem ao tratamento convencional com levodopa; e a dificuldade de acesso a terapias avançadas.

Terapias avançadas na Ebserh

A cirurgia realizada em Jozivan implanta eletrodos multidirecionais em regiões específicas do cérebro. Esses eletrodos são conectados a um gerador de impulsos, semelhante a um marca-passo, implantado sob a pele do peito. O dispositivo emite estímulo elétrico ao cérebro, ajudando a regular os sinais nervosos anormais que causam os sintomas motores da doença de Parkinson. Entretanto, os especialistas reforçam que nem todos os pacientes têm indicação para a cirurgia, cada caso é avaliado pela equipe médica e multiprofissional.

Após dois meses do implante do DBS, Jozivan só tem motivos para comemorar. “Faço 44 anos dia 15 de abril, quatro dias depois da data que marca a conscientização sobre a doença de Parkinson. Estou muito feliz por ter tido essa oportunidade, foram muitos anos de luta e de muita dificuldade”, frisa.

No Hupes, são atendidos, em média, de 80 a 100 pacientes por mês no ambulatório. O hospital oferece a cirurgia de implante de DBS, além da programação do dispositivo, garantindo um atendimento completo ao paciente, desde o diagnóstico até a intervenção cirúrgica.

No HUCFF-UFRJ, os atendimentos ocorrem às quartas-feiras, com cerca de 16 a 20 pacientes por semana. São realizados diagnóstico clínico, ultrassom transcraniano, teste do olfato, avaliação para indicação de cirurgia para implante do estimulador cerebral profundo, ajuste do gerador de impulsos, aplicação de toxina botulínica para produção excessiva de saliva e posturas distônicas (contrações musculares involuntárias).

O HU-UFMA conta com um ambulatório especializado em Distúrbios do Movimento na Neurologia, onde são oferecidas consultas médicas, aplicação de toxina botulínica e triagem para possíveis casos cirúrgicos. “O hospital já realiza a cirurgia de palidotomia, que consiste na lesão térmica de uma região do cérebro responsável pelo controle dos movimentos anormais de um lado do corpo. Além disso, está em processo de implementação da estimulação cerebral profunda”, conclui o neurocirugião Jairo.


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