Saúde • 14:11h • 07 de agosto de 2025
Avanço no SUS: tratamento para hiperpotassemia chega à rede pública
Medicamento aprovado promete controlar a hiperpotassemia e adiar necessidade de diálise em casos graves de doença renal crônica
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Edelman | Foto: Arquivo/Âncora1

O Sistema Único de Saúde (SUS) acaba de incorporar uma importante inovação terapêutica para pacientes com doença renal crônica (DRC) em estágios avançados. Trata-se do ciclossilicato de zircônio sódico, aprovado por unanimidade pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), como estratégia para o controle da hiperpotassemia – condição marcada pelo excesso de potássio no sangue e associada a riscos cardíacos e óbito súbito.
Segundo estimativas, até 50% dos pacientes com DRC em estágio 4 ou 5 que ainda não fazem diálise apresentam níveis elevados de potássio. O novo medicamento, desenvolvido pela AstraZeneca, será disponibilizado aos pacientes após a publicação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), que vai definir critérios e orientações de uso. A expectativa é que a liberação ocorra o quanto antes, já que o tempo é fator decisivo na evolução da doença.
Especialistas destacam que o controle da hiperpotassemia viabiliza a continuidade de terapias nefroprotetoras, como os inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (iSRAA), que retardam a progressão da DRC e adiam a necessidade de diálise. Além de contribuir para a qualidade de vida, a nova tecnologia pode reduzir internações hospitalares e mortalidade, gerando impactos positivos também do ponto de vista econômico e ambiental.
“A nova terapia é um avanço significativo, pois ajuda o paciente a manter o tratamento e evita complicações mais graves”, afirma a Dra. Andrea Bauer, chefe do Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. Estudos apontam ainda que o avanço da doença renal gera grande impacto ambiental, com estimativas de consumo de água para diálise que, até 2032, podem alcançar volumes equivalentes ao abastecimento de 370 mil residências por ano.
A chegada do ciclossilicato de zircônio sódico ao SUS fortalece o cuidado renal com base em evidências científicas e amplia o arsenal terapêutico para enfrentar um dos maiores desafios crônicos da saúde pública brasileira.
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