• 3I/Atlas: por que 19 de dezembro pode ser o momento mais revelador desde sua descoberta
  • Apostas online, IA e Pix, pesquisa mostra como avança o uso da Internet no país
  • Perigos da inteligência artificial, o que é risco real e o que é exagero no debate público
Novidades e destaques Novidades e destaques

Variedades • 14:10h • 20 de setembro de 2024

Arboviroses circulam há mais de 400 anos

As arboviroses são um grupo de doenças virais que são transmitidas principalmente por artrópodes, como mosquitos e carrapatos

Da Redação/Butantan | Foto: Renato Rodrigues

Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan.
Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan.

Os primeiros registros de arboviroses no mundo datam do final do século XVI. Segundo a bióloga e especialista em mosquitos Rafaella Sayuri Ioshino,, acredita-se que inicialmente os arbovírus circulavam no meio silvestre e infectavam mosquitos, aves e pequenos mamíferos. Porém, com o aumento da população e desmatamento, os mosquitos começaram a ter mais contato com humanos, dando início à circulação dos arbovírus no meio urbano.

O vírus da febre amarela foi o primeiro arbovírus descrito no mundo. De origem africana, ele alcançou o Ocidente por meio do tráfico de escravizados a partir do final do século XVI. Possivelmente, a dengue chegou às Américas no mesmo período, mas os primeiros registros formais datam de 1943 no Japão. Outros arbovírus como Zika e chikungunya são mais recentes, descobertos na África em 1947 e 1952, respectivamente.

No Brasil, a primeira epidemia de arbovírus foi causada pela febre amarela no século XVII (1685), na região de Pernambuco, levando à primeira campanha sanitária em 1690. Já os primeiros casos de dengue foram comprovados na década de 1970, enquanto os vírus da chikungunya e Zika só chegaram ao país muito depois, em 2014 e 2015, respectivamente.

Foram séculos até se demonstrar, de fato, que o vetor da dengue – e posteriormente de Zika e chikungunya – era o Ae. aegypti, conhecimento publicado em 1906. “Antigamente, as ferramentas eram bem diferentes e limitadas. Hoje, com o avanço da ciência, conseguimos coletar um mosquito no campo, identificá-lo e determinar com qual vírus ele está infectado”, afirma a especialista.

O Ae. aegypti também foi descrito como vetor da febre amarela urbana, mas esse meio de transmissão não é registrado no Brasil desde 1942. O último surto da doença, ocorrido em 2017, foi considerado de origem silvestre, sendo o vírus transmitido por mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus.

“Sem dúvidas, o que controlou a disseminação da febre amarela e reduziu os surtos no Brasil foi a vacinação. A inclusão da vacina no calendário nacional de imunização ajudou a erradicar a circulação do vírus no meio urbano”, destaca a cientista.

Um recente estudo da Universidade Federal do Pará, no entanto, indicou que o Ae. albopictus também é um vetor competente para febre amarela, isto é, o vírus é capaz de infectá-lo em condições laboratoriais. Embora não haja comprovação de infecção natural, a pesquisa acende um alerta para a potencial reemergência da febre amarela urbana, já que o mosquito tem se adaptado às regiões periurbanas.

“Infelizmente, não temos uma ferramenta única capaz de controlar as arboviroses. Em relação à imunização, é necessário ter uma vacina para cada arbovírus. Porém, quando eliminamos o criadouro [água parada], reduzimos a população de várias espécies de mosquitos e, consequentemente, diminuímos a circulação dos arbovírus entre humanos. Então, por que não combinar a vacinação com a retirada dos criadouros? Embora algumas espécies de mosquitos ainda não representem risco para a transmissão de doenças, não precisamos esperar acontecer para começar a tomar providências e se prevenir”, conclui Rafaella.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 21:10h • 10 de dezembro de 2025

3I/Atlas: por que 19 de dezembro pode ser o momento mais revelador desde sua descoberta

O dia em que tudo pode mudar: o que a ciência espera do 3I/Atlas em 19 de dezembro

Descrição da imagem

Variedades • 19:26h • 10 de dezembro de 2025

Uso excessivo de telas altera vínculos familiares e preocupa educadores no Brasil

Especialistas apontam que hiperconexão afeta diálogo, convivência e saúde emocional de crianças e adolescentes

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 18:32h • 10 de dezembro de 2025

Apostas online, IA e Pix, pesquisa mostra como avança o uso da Internet no país

TIC Domicílios 2025 revela que 50 milhões já utilizam IA generativa, porém adoção é muito mais alta entre grupos de maior renda e escolaridade

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 17:30h • 10 de dezembro de 2025

Enfermagem da FEMA desenvolve ações de segurança do paciente no Lar dos Velhos em Assis

Atividades integraram a Curricularização da Extensão e fortaleceram práticas de cuidado e humanização na atenção à pessoa idosa

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 17:10h • 10 de dezembro de 2025

Perigos da inteligência artificial, o que é risco real e o que é exagero no debate público

Avanço da IA levanta preocupações legítimas sobre segurança, trabalho e privacidade, mas muitos temores seguem baseados em interpretações equivocadas e mitos tecnológicos

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 16:41h • 10 de dezembro de 2025

Tecnologia brasileira de alerta para riscos em barragens ganha destaque internacional na Espanha

Dispositivo DIN, desenvolvido pela FITec Labs para uso em Minas Gerais, chama atenção por oferecer notificações individuais, de baixo custo e adaptadas a regiões vulneráveis

Descrição da imagem

Policial • 16:25h • 10 de dezembro de 2025

Polícia Civil e Polícia Militar realizam operação em Assis e prendem três investigados por tráfico de drogas

Ação conjunta cumpriu oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária na manhã desta quarta-feira

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 16:04h • 10 de dezembro de 2025

Curativo feito com pele de tilápia avança para etapa final antes de chegar ao mercado

Inovação brasileira avança para uso clínico

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Paralisação completa do 3I/Atlas intriga cientistas e realinhamento aponta para novo comportamento

Registros confirmados por observatórios independentes em três continentes mostram desaceleração em microetapas, parada total e ajuste direcional incomum, ampliando questionamentos sobre a natureza do visitante interestelar

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025