• Feira do Rock reúne diferentes gerações em Assis e destaca novos talentos musicais
  • 23% das crianças e adolescentes dizem ter sofrido violência sexual na internet
  • Semana em Assis será marcada por variação de temperaturas e pancadas de chuva na terça-feira
Novidades e destaques Novidades e destaques

Saúde • 13:52h • 13 de fevereiro de 2025

Alimentar ou tocar animais silvestres faz mal: riscos para a saúde e a natureza

Morte de mulher infectada por raiva após ataque de sagui em Pernambuco acende alerta; especialista explica os cuidados necessários para conviver com animais silvestres

Da Redação com informações do Butantan | Foto: Arquivo Âncora1

Saguis podem ser transmissores do vírus da raiva
Saguis podem ser transmissores do vírus da raiva

O recente caso de uma mulher de 56 anos que morreu em Pernambuco após ser infectada pelo vírus da raiva, ao ser mordida por um sagui, alerta para os perigos do contato com animais silvestres. Entre 2010 e 2024, o Ministério da Saúde registrou 48 casos de raiva humana no Brasil, dois deles transmitidos por primatas, como saguis – um em 2023 e outro em 2024. Com a crescente presença de fauna silvestre nas cidades, é essencial adotar medidas preventivas para evitar a transmissão de doenças e proteger a saúde humana e animal.

A bóloga Erika Hingst-Zaher, diretora do Museu Biológico do Instituto Butantan, destaca que o principal cuidado é evitar o contato direto. Animais como saguis, capivaras e morcegos podem ser portadores de patógenos, além de serem protegidos por lei. "A proximidade facilita a propagação de diversas doenças. Gambás podem ser reservatórios da Doença de Chagas, aves podem portar o vírus da gripe aviária, e saguis e morcegos podem transmitir a raiva", explica. Além das transmissões isoladas, esses animais podem ser fontes de surtos, como os recentes casos de gripe aviária nos Estados Unidos.

As zoonoses, doenças que passam de animais para humanos, representam cerca de 60% das infecções emergentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A transmissão ocorre pelo contato direto com os animais e suas secreções ou de forma indireta, por vetores como mosquitos e pulgas. Em caso de acidente com um animal silvestre, é fundamental buscar atendimento médico imediato.

No Instituto Butantan, Erika coordena um projeto de pesquisa sobre os impactos dos saguis, primatas exóticos à Mata Atlântica, que se multiplicaram na região da Universidade de São Paulo (USP). O estudo busca conscientizar a população sobre uma convivência segura. "Por serem primatas, é mais fácil que vírus infectem ambas as espécies. Queremos incentivar a observação e a conexão com a natureza, mas com responsabilidade", ressalta.

Outro ponto importante é evitar alimentar animais silvestres, pois isso pode impactar sua saúde e comportamento. Oferecer comida a saguis, por exemplo, pode levar ao aumento da população da espécie, ameaçando as nativas. Além disso, altera seu metabolismo, podendo causar obesidade, diabetes e colesterol alto, além de estimulá-los a se aproximar dos humanos.

Principais zoonoses e riscos

A raiva é uma das doenças mais graves transmitidas por animais, afetando o sistema nervoso central. A infecção ocorre por mordidas, arranhões ou contato com saliva de um animal infectado. Em humanos, os sintomas incluem mal-estar, aumento da salivação e confusão mental. Se não tratado rapidamente com soro ou vacina antirrrábica, o quadro pode levar à morte cerebral. Historicamente, apenas duas pessoas sobreviveram à raiva no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. A vacinação de animais domésticos ajudou a reduzir a incidência da doença no país.

Outra preocupação é a gripe aviária, que afeta aves silvestres e pode se espalhar entre humanos pelo contato direto com aves infectadas ou suas fezes. Nos Estados Unidos, mais de 60 casos humanos foram registrados em 2024, com uma taxa de mortalidade de 50%. Já a leptospirose, causada pela bactéria Leptospira, pode ser contraída pelo contato com urina de ratos infectados ou água contaminada, causando febre alta, dor muscular e, em casos graves, hemorragia pulmonar.

Animais nem sempre são transmissores

Apesar de muitos animais serem hospedeiros de patógenos, nem sempre transmitem doenças. Durante o surto de febre amarela no Brasil em 2017, macacos foram erroneamente responsabilizados e mortos, quando na verdade eram apenas vítimas da doença. A febre amarela é transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, e a principal prevenção é a vacina, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

O mesmo vale para a Doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida pelo barbeiro. Animais como gambás podem ser infectados, mas não transmitem diretamente a doença aos humanos. A febre maculosa é outro exemplo: causada pela bactéria Rickettsia e transmitida pelo carrapato-estrela, pode estar associada à presença de capivaras, mas não é o animal que transmite a doença.

Convivência consciente com a fauna silvestre

Erika reforça que a presença de animais silvestres no ambiente urbano também traz benefícios, ajudando na reconexão das pessoas com a natureza e melhorando a saúde mental. Estudos apontam que o contato com áreas verdes reduz sintomas de depressão e ansiedade. "Cuidar dos animais e do meio ambiente é cuidar de nós mesmos. Todos dependemos das árvores, da água, do ar e dos animais para sobreviver", conclui a especialista.



Últimas Notícias

Descrição da imagem

Esporte • 18:48h • 15 de setembro de 2025

Cannabis medicinal ganha espaço no esporte como aliada na recuperação muscular

Canabidiol (CBD) é permitido pela Agência Mundial Antidopagem e pode auxiliar na regeneração física quando usado com acompanhamento médico

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 17:30h • 15 de setembro de 2025

Feira do Rock reúne diferentes gerações em Assis e destaca novos talentos musicais

3ª edição do evento apresentou repertório que foi do rock nacional dos anos 80 ao som pesado do Voidred, com espaço também para gastronomia, vinil e carros antigos

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 17:08h • 15 de setembro de 2025

Falta de diversidade genética pode prejudicar estratégia de conservação do mico-leão-preto

Estudo alerta que a perda de variabilidade entre os animais criados em cativeiro ameaça a viabilidade da espécie e indica a necessidade de introduzir novos indivíduos vindos da natureza

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 16:50h • 15 de setembro de 2025

Expo Cristã: SP lança 2ª edição do Guia Turístico Evangélico

Publicação reúne 41 atrativos de 17 municípios paulistas. Estande da Secretaria também promove eventos religiosos

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 16:10h • 15 de setembro de 2025

Taxa de suicídio entre jovens cresce 6% ao ano no Brasil, alerta ICDS

No Setembro Amarelo, instituto reforça protocolos hospitalares para prevenção, atendimento humanizado e proteção à vida

Descrição da imagem

Educação • 15:37h • 15 de setembro de 2025

Inscrições prorrogadas para 1,3 mil vagas em cursos gratuitos e profissionalizantes no Trampolim

Os cursos ofertados são para as áreas de administração, negócios, idiomas, beleza, gastronomia, moda, eventos, marketing e construção civil

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 15:03h • 15 de setembro de 2025

Palmital abre credenciamento para projetos musicais em 2025

Cadastro cria banco de talentos para futuras contratações em eventos culturais do município

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 14:49h • 15 de setembro de 2025

23% das crianças e adolescentes dizem ter sofrido violência sexual na internet

Governo do Brasil, em parceria com ONU e fundação norte-rio-grandense, divulga estudo que mapeia avanços e desafios na proteção infantojuvenil no ambiente digital e lança Banco de Boas Práticas

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?