Saúde • 13:06h • 02 de agosto de 2025
Alerta global: obesidade e álcool impulsionam avanço do câncer de fígado
Estudo da The Lancet projeta quase o dobro de novos casos até 2050, e aponta que 3 em cada 5 podem ser evitados com mudanças no estilo de vida
CFF | Foto: CFF

Três em cada cinco casos de câncer de fígado, um dos tipos mais letais e de tratamento mais difícil, poderiam ser evitados com medidas simples: redução do consumo de álcool, prevenção de hepatites virais e controle do peso corporal.
A conclusão é da nova Comissão The Lancet sobre câncer de fígado, que acende um alerta para o papel crescente da obesidade e da doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica (MASLD). A projeção é grave: se nada for feito, os casos devem saltar de 870 mil por ano (2022) para 1,52 milhão até 2050.
Um dos dados mais preocupantes é que a forma mais grave da MASLD, a MASH, já é a causa que mais cresce entre os cânceres de fígado no mundo. Os fatores de risco? Obesidade, diabetes tipo 2 e sedentarismo.
Apesar disso, muitos profissionais de saúde ainda não estão atentos aos sintomas e critérios para o diagnóstico da MASLD. “Precisamos incluir o fígado nos exames de rotina de pacientes com obesidade e diabetes”, defende o Dr. Hashem B. El-Serag, um dos autores do relatório.
O documento também aponta o álcool como a segunda causa de câncer hepático que mais cresce, especialmente nas Américas, onde o consumo pode aumentar até 38% até 2030. A Comissão defende ações urgentes, como rótulos de advertência em bebidas e restrições à publicidade alcoólica.
As hepatites virais continuam sendo as principais causas da doença, mas com tendência de queda. A vacinação contra hepatite B e o tratamento da hepatite C são considerados fundamentais para frear a incidência.
Com estratégias eficazes, como redução do consumo de álcool e combate à obesidade, o mundo pode evitar até 17 milhões de casos da doença até 2050, salvando até 15 milhões de vidas.
“Diferente de outros tipos de câncer, o de fígado tem fatores de risco bem definidos. Isso torna a prevenção possível e urgente”, reforça a médica Valérie Paradis, coautora do estudo.
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