Responsabilidade Social • 10:41h • 24 de fevereiro de 2025
Agricultura: como a agroecologia pode minimizar os efeitos das mudanças climáticas
Estratégias de diversificação e reflorestamento podem reduzir os riscos de insegurança alimentar e aumentar a resiliência das lavouras às mudanças climáticas
Da Redação | Com informações da Agência Brasil | Foto: Divulgação

As altas temperaturas dos últimos dias têm impactado diretamente as lavouras de soja, milho, arroz, café e diversas frutas no Brasil, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, intensificando os efeitos das mudanças climáticas na produção agrícola. A climatologista Francis Lacerda, pesquisadora do Instituto Agronômico de Pernambuco, alerta que práticas de agroecologia podem ajudar a minimizar os danos e reduzir a ameaça de insegurança alimentar, pelo menos por enquanto.
Entre as estratégias mencionadas pela especialista, o reflorestamento e o sistema agroflorestal se destacam como soluções viáveis. “O consórcio de culturas é uma prática que traz muitos benefícios. Por exemplo, ao plantar uma árvore frutífera junto a uma leguminosa, como o milho ou o feijão, essas plantas interagem de maneira a beneficiar umas às outras, aumentando a resistência e a produtividade”, explica Lacerda. Ela destaca que a diversificação de culturas também ajuda na fertilidade do solo, protege contra pragas e doenças e diminui a necessidade de agrotóxicos, o que traz vantagens financeiras e ambientais para os produtores.
A climatologista ainda aponta que os agricultores familiares, responsáveis pela maior parte dos alimentos consumidos no Brasil, enfrentam grandes dificuldades devido às mudanças no clima. "Esses agricultores não conseguem mais seguir os ciclos tradicionais de plantio e colheita, e as ondas de calor favorecem o aumento de pragas, como insetos e fungos, que destroem as produções", alerta Lacerda.
Políticas públicas e inovação
Para enfrentar esses desafios, a climatologista defende a implementação de tecnologias que permitam às comunidades rurais armazenar sua própria água e gerar sua energia, reduzindo a vulnerabilidade aos impactos climáticos. "É preciso dar autonomia aos agricultores, permitindo que produzam seu alimento mesmo em condições climáticas adversas", afirma.
O impacto das mudanças climáticas também está afetando a biodiversidade, com a diminuição de espécies adaptadas ao clima seco e quente, como o umbuzeiro, uma planta tradicional do semiárido. Lacerda ressalta que essas lições podem ser aplicadas também nas áreas urbanas, como em quintais produtivos e farmácias vivas, desde que haja um incentivo público para essas práticas.
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