Saúde • 13:01h • 04 de abril de 2025
Abril Verde e a saúde dos frentistas: prevenção contra os riscos do vapor de gasolina
Estudo alerta sobre os perigos da inalação do vapor de gasolina e a necessidade de medidas de proteção para trabalhadores do setor
Da Redação | Com informações da Agência Brasil | Foto: Divulgação

A inalação do vapor de gasolina automotiva pode ter sérias consequências à saúde, incluindo câncer de bexiga e leucemia mieloide aguda, alerta estudo publicado pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) na revista The Lancet Oncology. A pesquisa destaca que profissionais expostos diretamente ao combustível, como frentistas, estão entre os mais vulneráveis a esses riscos.
A Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fenepospetro), que defende os direitos e a segurança dos trabalhadores do setor, já se manifestou cobrando ações urgentes para proteger a saúde dos frentistas. A entidade ressalta que é fundamental que os postos de combustíveis adotem sistemas de recuperação de vapores nas bombas de abastecimento, minimizando assim a exposição a substâncias tóxicas.
Riscos à saúde e doenças associadas
De acordo com o estudo, a exposição aos vapores da gasolina está associada a vários tipos de câncer, como linfoma não-Hodgkin, leucemia linfocítica crônica, mieloma múltiplo e cânceres de estômago e rim. Além disso, crianças também podem ser afetadas por leucemia linfoblástica aguda. A gasolina, uma mistura complexa de hidrocarbonetos, contém compostos como benzeno, cumeno, xileno, tolueno e etilbenzeno, identificados como cancerígenos, o que aumenta ainda mais o risco à saúde dos trabalhadores que manipulam o combustível.
Medidas de proteção para os trabalhadores
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) elaborou orientações para minimizar os riscos de exposição aos vapores da gasolina, incluindo o uso de equipamentos de proteção, como luvas impermeáveis e máscaras, além de cuidados no momento do abastecimento. A principal recomendação é que o abastecimento dos veículos seja interrompido quando a bomba atingir o limite programado, evitando o transbordamento e a liberação de vapores.
Além disso, é fundamental que os trabalhadores do setor realizem exames médicos periódicos para identificar precocemente possíveis alterações no organismo. O uso de roupas que absorvem o combustível, como uniformes molhados, também deve ser evitado, e em caso de contato, a troca imediata de vestimentas é necessária. Leia sobre as normas específicas [NR 20 aqui] e [NR 09 aqui].
Responsabilidade das empresas e fiscalização
Para as empresas, o INCA sugere a instalação de sistemas de recuperação de vapores nas bombas de abastecimento de combustíveis, de modo a capturar e redirecionar os vapores para o próprio tanque do posto ou para equipamentos de tratamento. Essas medidas, além de protegerem a saúde dos trabalhadores, também contribuem para a redução da emissão de poluentes para o ambiente.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ainda não se pronunciaram sobre possíveis atualizações nas normas de segurança após a publicação do estudo. No entanto, especialistas já indicam que é fundamental revisar as práticas atuais de segurança no setor de combustíveis para proteger tanto os trabalhadores quanto os consumidores.
Ação imediata é essencial
A pesquisa da IARC é um alerta para os riscos que os trabalhadores de postos de combustíveis enfrentam diariamente. Para reduzir os danos causados pela exposição ao vapor da gasolina, é urgente a adoção de medidas de segurança mais rigorosas e a conscientização de todos os envolvidos na cadeia de distribuição e comercialização de combustíveis. O fortalecimento das políticas de proteção aos frentistas e a implementação de novas tecnologias para controlar a liberação de vapores são passos essenciais para garantir um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.
A Fenepospetro reforça que é fundamental a adoção dessas medidas para garantir a saúde e a qualidade de vida dos frentistas, que são a linha de frente no manuseio do combustível. O impacto do estudo reforça a necessidade urgente de revisão das normas e práticas no setor, priorizando a saúde de quem trabalha diretamente com substâncias tão perigosas.
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