Variedades • 18:23h • 24 de agosto de 2025
A solidão do concurseiro: como o isolamento impacta a performance e a saúde mental
Especialista explica de que forma o isolamento pode comprometer o aprendizado e apresenta estratégias para reduzir seus efeitos
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Nova Ideia | Foto: Arquivo/Âncora1

Estudos recentes reforçam que a solidão não é apenas um desconforto emocional, mas um fator decisivo no desempenho acadêmico. Um levantamento da Active Minds, realizado em 2024, mostrou que estudantes universitários que relataram sentir solidão tinham quatro vezes mais chances de apresentar sofrimento psicológico grave. Esse dado evidencia que o isolamento pode comprometer elementos essenciais da preparação para concursos públicos, como motivação, resistência e aprendizado contínuo.
Karine Waldrich, professora e auditora-fiscal da Receita Federal, explica que longos períodos de estudo sem contato humano fazem parte da rotina do concurseiro, mas exigem atenção. “Sempre digo aos meus alunos que antes de virar borboleta é preciso ser lagarta, ou seja, viver este processo. Mas isso deve ser feito com cuidado, pois a solidão afeta a motivação e fragmenta a atenção”, observa. Para ela, a preparação ultrapassa o aspecto técnico e também exige equilíbrio emocional e cognitivo.
A ausência de interação social, segundo a psicologia educacional, reduz o engajamento e enfraquece a memória. Karine lembra que participar de grupos de estudo ou trocar ideias com colegas ajuda a manter o cérebro ativo e torna o aprendizado menos mecânico. “Sem sensação de pertencimento, estudar vira obrigação solitária, e a mente entra em modo piloto automático. Por isso, todos os meus treinamentos contam com grupos de interação e comunidades”, afirma.
Para enfrentar esse desafio, Karine sugere estratégias simples. A criação de grupos de estudo virtuais, focados em acolhimento mútuo, já ajuda a reduzir a sensação de isolamento. Intercalar horas de preparação com momentos de contato social, como breves videochamadas ou conversas rápidas com familiares, também pode fortalecer a saúde mental sem desviar o foco principal. “O estudo continua sendo prioridade, mas com espaço para manter conexões”, destaca.
Ela ressalta ainda a importância do suporte das próprias plataformas de ensino. Fóruns moderados, mentorias coletivas e rodas de conversa são alternativas que ampliam o sentimento de pertencimento. “A aprovação não é apenas um resultado individual, ela se constrói em rede. É preciso transformar luzes acesas no quarto em uma rede de apoio e estímulo”, afirma Karine.
A especialista lembra que estudar acompanhado, mesmo que de forma virtual, traz benefícios além da motivação: fortalece a perseverança diante das dificuldades e aumenta a resiliência nos imprevistos. Para Karine, o concurseiro solitário é uma realidade, mas a performance depende tanto do conteúdo quanto do cuidado com a mente.
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