Variedades • 15:10h • 23 de novembro de 2025
A pressão por “fechar o ano bem” pode virar inimiga da saúde mental
Psiquiatra alerta para efeitos da ansiedade de desempenho e reforça a importância do autoconhecimento no fim de ano
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
Com a chegada dos últimos meses, cresce a sensação de que é preciso concluir pendências, cumprir metas e encerrar ciclos. A ideia de “fechar o ano com chave de ouro”, amplificada por redes sociais e ambientes de trabalho, intensifica a autocobrança e contribui para quadros de ansiedade, irritabilidade e exaustão emocional.
O fenômeno está diretamente relacionado à chamada ansiedade de desempenho, quadro em que a pessoa se sente permanentemente avaliada — inclusive por si mesma. Segundo a psiquiatra Dra. Bianca Bolonhezi, esse padrão de funcionamento é reforçado por uma cultura que valoriza produtividade e resultados imediatos, produzindo culpa e frustração quando os planejamentos não se cumprem.
De acordo com a especialista, a autocobrança excessiva costuma surgir de forma silenciosa, com sintomas como insônia, dificuldade de concentração e irritabilidade, até evoluir para um estado de alerta contínuo. Esse mecanismo, explica, drena energia e impede justamente o descanso e a reflexão que costumam marcar o fim do ano.
A médica destaca que o autoconhecimento é parte fundamental do processo. Para ela, identificar o que realmente é prioridade ajuda a reduzir a sensação de estagnação. A psiquiatra observa que nem sempre o progresso é visível e que, muitas vezes, o maior avanço está em atravessar períodos difíceis, estabelecer limites ou reconhecer pequenas conquistas.
A especialista reforça que o período de encerramento do ano deve funcionar como um momento de leveza, e não de comparação. A ideia de “fechar bem” não deve estar ligada ao desempenho superior ao de outras pessoas, mas à possibilidade de sentir-se em paz com o que foi possível realizar.
Para a psiquiatra, a saúde mental começa quando a cobrança dá lugar à gentileza consigo mesmo, permitindo que o fim do ano se torne um espaço de pausa, reflexão e reorganização emocional — e não de esgotamento.
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