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Cultura e Entretenimento • 11:03h • 23 de agosto de 2025

A infância em Portinari: por que aproximar crianças da arte brasileira

A arte do pintor brasileiro pode despertar imaginação, afeto e repertório cultural desde a infância

Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da LC Comunicação | Foto: Divulgação

Obras de Portinari mostram a força da infância e podem inspirar novas gerações
Obras de Portinari mostram a força da infância e podem inspirar novas gerações

Para muitos, Candido Portinari é lembrado como o artista das grandes causas: o protesto contra a fome, a denúncia das desigualdades, os rostos sofridos dos retirantes. Mas, entre as tragédias que retratou, havia também espaço para a ternura: a infância.

Suas telas mostram crianças descalças correndo, soltando pipas, brincando com animais, cercadas por espantalhos, balões e natureza. Cenas que já não fazem parte da rotina de muitas famílias, mas que permanecem vivas na memória coletiva e na força de sua arte.

Esse olhar poético é uma porta de entrada para aproximar o público infantil da arte brasileira. Obras como Meninos soltando pipas, Brincadeira de roda ou Circo traduzem a infância em movimento e cores. Para as crianças, não é apenas contemplação: elas interpretam, imaginam e criam vínculos imediatos com elementos visuais que falam diretamente ao seu universo.


Levar Portinari ao cotidiano das crianças significa abrir horizontes. O contato com suas cores intensas e narrativas simples estimula a imaginação e ajuda a reconhecer beleza onde antes não havia atenção. Mais do que apreciar arte, trata-se de ampliar o repertório cultural e afetivo das novas gerações.

Mas nenhuma obra chega sozinha até a infância. É papel de pais, educadores e cuidadores mediar esse encontro. Isso pode acontecer em visitas a exposições, na leitura de livros ilustrados, em oficinas criativas ou até mesmo em casa, explorando acervos digitais. Hoje, museus inteiros estão a um clique de distância e apresentar uma tela de Portinari pode ser o início de uma descoberta compartilhada.

Portinari dizia que “a gente nunca esquece onde brincou a primeira vez”. A pergunta que fica é: quais lembranças estarão guardadas no coração das crianças de hoje quando crescerem? Criar memórias significativas depende de escolhas cotidianas e talvez hoje seja um bom dia para começar.

Fernanda Emediato é editora, produtora cultural, fundadora da Troia Editora e idealizadora de “As Pipas de Portinari”, livro infantil que reúne poemas inspirados nas obras do pintor brasileiro.

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