Ciência e Tecnologia • 13:42h • 28 de março de 2025
A ética da inteligência artificial na seleção de embriões: preocupações e implicações sociais
Estudo levanta preocupações sobre o impacto da inteligência artificial em decisões sobre fertilidade e nascimento, destacando a necessidade de transparência e responsabilidade
Da Redação | Com informações da Universidade de Monash | Foto: Divulgação

Pesquisadores da Universidade Monash levantaram questões éticas significativas em relação ao uso de inteligência artificial (IA) no tratamento de fertilidade, especialmente no processo de seleção de embriões para transferência. O estudo, publicado pela Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, revelou os riscos e as possíveis consequências dessa tecnologia revolucionária, que embora prometa melhorar as chances de sucesso das gravidezes, também desperta preocupações sobre desumanização, viés algorítmico e acesso equitativo.
O Dr. Julian Koplin, um dos autores principais do estudo, afirma que o uso de IA na seleção de embriões está levando os algoritmos de computador a tomar decisões sobre quem pode nascer, uma questão que envolve uma área profundamente sensível da vida humana. "Existem benefícios importantes para esta tecnologia, mas precisamos tratá-la com cuidado e respeito, pois está lidando com decisões que afetam vidas humanas", alertou Koplin.
Tecnologia que pode superar o julgamento humano
As ferramentas de IA para avaliação de embriões funcionam analisando imagens e vídeos dos embriões, fornecendo previsões sobre sua qualidade. Esses sistemas já estão sendo utilizados em conjunto com a classificação dos embriologistas, mas possuem o potencial de substituir completamente o julgamento humano. Os primeiros resultados indicam que a IA pode superar os embriologistas em termos de consistência nas avaliações e reduzir significativamente o tempo de análise.
A Dra. Molly Johnston, coautora do estudo, destaca que várias clínicas de reprodução assistida na Austrália já começaram a implementar a IA na prática clínica. No entanto, ela aponta que pouco se discutiu academicamente sobre como essas tecnologias estão sendo implementadas, como elas são apresentadas aos pacientes e os impactos potenciais, tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde.
Necessidade de uma abordagem ética e transparente
O estudo aponta a urgência de uma compreensão mais profunda das questões éticas e sociais que cercam o uso da IA na fertilidade. A pesquisa sugere que, além de aprimorar as capacidades diagnósticas, é essencial que a implementação dessa tecnologia seja feita de maneira transparente e com responsabilidade.
Koplin sugere que pacientes que tenham objeções morais ao uso da IA na seleção de embriões sejam informados sobre essa prática e, se desejarem, tenham a possibilidade de optar por não participar. O objetivo é garantir que os pacientes possam tomar decisões informadas e exercer sua liberdade de escolha no processo de reprodução assistida.
A coautora Amy Webb também destaca a importância de refletir sobre as implicações dessa tecnologia para os profissionais de saúde, especialmente no que diz respeito à força de trabalho envolvida em tratamentos de fertilidade. Ela defende uma abordagem equitativa e ética que preserve a confiança pública e proteja os pacientes vulneráveis.
Leia o artigo na íntegra aqui.
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