Saúde • 15:50h • 13 de dezembro de 2025
A espera de Henrique: a rotina de um adolescente que aguarda transplante de coração
História de Henrique, de 14 anos, revela desafios e esperas que marcam a rotina de jovens que dependem de um órgão compatível
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da DePropósito Assessoria | Foto: Divulgação
No Brasil, 448 pessoas aguardam um transplante de coração até dezembro de 2025, incluindo 12 adolescentes entre 11 e 17 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Entre eles está Henrique Nordi, de 14 anos, morador de São José dos Pinhais, Paraná, que hoje ocupa a primeira posição de compatibilidade em sua categoria na lista nacional. A jornada do adolescente reúne cirurgias complexas, longos períodos de internação e um cotidiano de cuidados constantes enquanto a família espera pelo telefonema que mudará sua vida.
O diagnóstico de atresia tricúspide foi identificado ainda na gestação. Aos 13 dias de vida, Henrique passou pela primeira cirurgia, seguida por outro procedimento aos quatro meses. Desde então, foram inúmeras internações, drenagens e intervenções devido ao desenvolvimento de quilotórax, complicação que exigiu reparo de ductos linfáticos, uso de talco no pulmão e meses de acompanhamento clínico. Mesmo após tentativas de estabilização, o adolescente sofreu uma parada cardiorrespiratória e precisou retornar ao hospital, onde recebeu novo tratamento intensivo.

Em 2013, uma cirurgia decisiva redefiniu o quadro clínico de Henrique. O procedimento anterior foi desfeito e um shunt central foi implantado, garantindo a circulação necessária ao pulmão. Desde então, ele mantém estabilidade hemodinâmica. A família destaca o papel fundamental das equipes médicas e de enfermagem no processo, reconhecendo a dedicação de todos que o acompanharam ao longo dos anos.
A infância do adolescente também inclui desafios neurológicos. Um acidente vascular cerebral ocorrido ainda na primeira infância causou dificuldades que impactam até hoje a rotina escolar, exigindo acompanhamento auxiliar e adaptações pedagógicas. Apesar das limitações físicas e da impossibilidade de realizar atividades intensas, Henrique mantém interesses próprios, como o canal no YouTube que criou, as brincadeiras com futebol de botão e o gosto por trens, elementos que seguem alimentando seus planos para o futuro.
A decisão pelo transplante foi tomada após análise dos riscos das alternativas disponíveis. A opção representou a possibilidade de melhora e controle duradouro, diante da complexidade do quadro. Com o crescimento, os parâmetros de compatibilidade mudaram e hoje Henrique pode receber um coração de um doador com até 40 anos e 75 quilos. A proximidade na lista alterou a dinâmica da espera, tornando o processo mais concreto e exigindo preparação para o momento da convocação.
O relato integra a campanha Transforme-se, que busca ampliar a conscientização sobre a doação de órgãos e reforçar a importância do gesto para pacientes e famílias. No Brasil, mais de 47 mil pessoas aguardam por um transplante, e cada doador pode salvar até oito vidas, representando uma oportunidade real de recomeço.
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