Esporte • 20:45h • 29 de abril de 2025
A disputa política e cultural por trás da camisa vermelha da seleção brasileira para a Copa de 2026
A possível volta da camisa vermelha, anunciada como a opção de uniforme reserva para o Brasil na Copa do Mundo de 2026, traz à tona discussões sobre identidade cultural e política
Da Redação | Foto: Footy Headlines/Reprodução

Nas últimas horas, o site Footy Headlines divulgou o possível uniforme reserva do Brasil para a Copa do Mundo de 2026, que gerou grande repercussão nas redes sociais e até no meio político. A camiseta vermelha, especulada para ser fabricada pela marca Jordan, marca uma grande mudança em relação à tradição da seleção brasileira, que historicamente usa o azul como uniforme reserva.
O vermelho não é uma cor nova para o futebol brasileiro, mas representa um simbolismo cultural profundo que remonta à história da seleção. Entre 1917 e 1919, a equipe brasileira de futebol usou uniformes vermelhos em competições oficiais, incluindo o Campeonato Sul-Americano de 1917, atualmente conhecido como Copa América. Este fato histórico é quase esquecido, mas traz à tona uma conexão com a identidade nacional do Brasil.
Além disso, o vermelho tem uma relação direta com a origem do nome do país. "Pau-Brasil", árvore nativa que originou o nome do Brasil, é famosa pelo seu corante vermelho, que foi altamente valorizado pelos colonizadores portugueses. Assim, o Brasil literalmente carrega a cor vermelha em sua identidade, um simbolismo que vem sendo resgatado ao longo dos anos.
Apesar da significância histórica, a escolha do vermelho como cor do uniforme reserva para a Copa do Mundo de 2026 tem causado controvérsias. A expectativa é de que o uniforme, além de vermelho, leve o logo da marca Jordan, afastando-se do tradicional azul e da parceria com a Nike, a marca que tem sido associada à seleção brasileira por anos.
O fato de que a cor vermelha está sendo associada ao Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem gerado reações negativas entre setores da direita. Deputados como Zé Trovão já se manifestaram e afirmaram que irão apresentar um projeto de lei para proibir o uso da camisa vermelha pela seleção, argumentando que ela poderia se tornar um símbolo político, o que geraria divisões desnecessárias entre os torcedores.
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