Educação • 15:03h • 17 de agosto de 2025
Ensino híbrido avança no Brasil, mas ainda precisa de transformação pedagógica
Integração entre presencial e digital exige projeto pedagógico sólido, formação docente e foco na experiência do aluno
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Nova Ideia | Foto: Arquivo/Âncora1

O ensino híbrido, que combina aulas presenciais e recursos digitais, consolidou-se como tendência durante e após a pandemia de Covid-19. Pesquisa da Educa Insights encomendada pelo Google aponta que 64% dos estudantes de graduação no Brasil preferem cursos que mesclam encontros presenciais e remotos, índice que sobe para 75% no caso de pós-graduação e cursos livres. Apesar da adesão, especialistas alertam que a implementação ainda enfrenta desafios para garantir qualidade e transformação pedagógica.
Para Aline Von Bahten, especialista em educação, a discussão não deve se limitar a escolher entre presencial ou remoto. “O futuro da educação exige integração inteligente e planejada entre modalidades. Se tivermos aulas presenciais com tecnologia de ponta, mas sem promover reflexão, ou vídeos gravados que apenas reproduzem o modelo tradicional, continuaremos presos ao passado”, afirma.
Aline observa que o maior desafio não está mais no acesso às ferramentas, mas no uso efetivo delas para promover aprendizagem ativa. “Muitos professores migraram para plataformas digitais, mas mantiveram práticas centradas na transmissão passiva de conteúdo. O engajamento do aluno não vem apenas da liberdade de estudar quando quiser, mas da relevância do conteúdo, da conexão com o mundo real e da mediação estratégica do educador”, explica.
Outro ponto essencial, segundo a especialista, é investir na formação contínua de professores. “Não basta ensinar a usar uma ferramenta, como a inteligência artificial. É preciso discutir como ela pode ampliar a colaboração, a autonomia e a avaliação significativa. Sem valorização e desenvolvimento profissional docente, o ensino híbrido não será sustentável”, afirma.
Para Aline, o futuro da modalidade no Brasil dependerá menos da tecnologia e mais da capacidade das instituições de redesenhar seus modelos pedagógicos, criando uma arquitetura educacional em que sala de aula e ambientes virtuais atuem de forma complementar. “O digital não veio para substituir, mas para ampliar. Isso só acontece com um projeto pedagógico sólido, centrado na experiência do estudante e no impacto que sua formação terá na sociedade”, conclui.
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