Ciência e Tecnologia • 19:27h • 28 de outubro de 2025
Deepfakes e desinformação colocam em xeque preparo digital da sociedade brasileira
Instituições de ensino superior assumem protagonismo na preparação de profissionais para lidar com dilemas éticos, jurídicos e sociais da era digital
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
A popularização das deepfakes — vídeos, áudios e imagens manipulados por inteligência artificial para simular pessoas ou situações reais — vem transformando o modo como a sociedade consome informação e compreende a realidade. Ao mesmo tempo em que a Inteligência Artificial (IA) impulsiona avanços em diversas áreas, ela também amplia os riscos de desinformação, manipulação e violação de direitos, exigindo um olhar ético e crítico sobre seu uso.
Segundo levantamento da EY Brasil (2025), 92% dos brasileiros afirmam ter usado ferramentas de IA de forma consciente nos últimos seis meses, e 64% acreditam que seus benefícios superam os riscos. Contudo, o país ainda enfrenta um grande desafio: formar cidadãos capazes de compreender, avaliar e utilizar essas tecnologias com responsabilidade. Dados da Anatel (2023) mostram que apenas 19,8% da população do Nordeste possui habilidades digitais básicas, o que reforça a desigualdade no acesso à educação tecnológica.
Nesse contexto, as instituições de ensino superior têm papel fundamental na construção de uma cultura digital ética. A criação de disciplinas, cursos de pós-graduação e programas de formação voltados à governança tecnológica e à regulação da IA tem contribuído para o desenvolvimento de competências críticas e multidisciplinares, essenciais à sociedade contemporânea.
Para Diogo Guanabara, gestor e coordenador de Inovação e Projetos Especiais da Faculdade Baiana de Direito e Gestão, o compromisso acadêmico deve ir além da técnica. “A academia tem papel central na formação para o uso ético da inteligência artificial. Cabe a ela fomentar senso crítico, responsabilidade e visão humanista, de modo a equilibrar inovação e proteção de direitos fundamentais”, afirma o especialista, que também atua como consultor jurídico em Direito Digital e Proteção de Dados.
Ele acrescenta que a velocidade das transformações tecnológicas exige constante atualização de professores, alunos e conteúdos, e a integração entre áreas como Direito, tecnologia, comunicação e psicologia é essencial para enfrentar os impactos da IA de forma abrangente.
O professor Marcus Seixas, advogado e doutor em Direito, reforça a urgência da alfabetização digital diante da crescente disseminação de conteúdos falsificados. “Deepfakes e sistemas de geração automática de conteúdo exigem alfabetização digital profunda. É preciso saber identificar manipulações, compreender algoritmos e reconhecer quando estamos diante de construções sintéticas da realidade”, pontua.
Seixas ressalta ainda que, embora o Brasil adote rapidamente novas tecnologias, o avanço da educação digital não acompanha o mesmo ritmo, o que aumenta a vulnerabilidade da população à desinformação e à manipulação digital.
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