Responsabilidade Social • 14:40h • 25 de outubro de 2025
Comunicação Alternativa e Aumentativa dá voz e autonomia a pessoas com autismo
Outubro marca o mês de conscientização sobre a CAA, ferramenta essencial da Fonoaudiologia que amplia possibilidades de expressão e convivência social
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação
Outubro é o mês de conscientização sobre a Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), um campo fundamental da Fonoaudiologia que transforma a forma como pessoas com dificuldades de comunicação — especialmente crianças dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) — interagem com o mundo.
A CAA é um conjunto de recursos, estratégias e tecnologias que substituem ou complementam a fala, permitindo que o indivíduo se expresse por meio de símbolos, figuras, gestos, expressões faciais, pranchas de comunicação ou dispositivos eletrônicos com voz sintetizada, dependendo das suas necessidades. Em outras palavras, a CAA não é um método único, mas um sistema de inclusão comunicativa que garante o direito universal de se expressar e ser compreendido.
De acordo com a fonoaudióloga Mayla Monteiro, supervisora do Grupo ABAcadabra, a CAA representa um avanço essencial para a autonomia de pessoas com dificuldades de comunicação.
“A fala é apenas um dos meios de atingir a linguagem — e um dos mais complexos. A CAA surge para permitir que a pessoa seja compreendida, garantindo que ela consiga se comunicar e interagir com o mundo à sua volta”, explica Mayla.
Comunicação é autonomia
No caso de pessoas com autismo, os resultados são amplamente positivos. Estudos indicam que cerca de 30% das crianças com TEA não desenvolvem fala funcional, mas isso não significa que não possam se comunicar.
“Quando a criança é estimulada desde cedo a se comunicar, seja por símbolos, imagens, gestos ou tecnologia, ela entende que é capaz de se expressar e ser compreendida. Isso reduz frustrações e ajuda a evitar comportamentos interferentes”, afirma a especialista.
Segundo Mayla, a CAA não impede o desenvolvimento da fala — pelo contrário. “Mesmo pacientes de nível 1 de suporte, após o uso da CAA, podem desenvolver fala funcional. O sistema se torna uma ferramenta complementar, que abre caminhos para a comunicação verbal.”
No Grupo ABAcadabra, a implementação é feita com base no método corewords, um sistema construído sobre palavras de alta frequência que permitem formar frases simples e expressivas, promovendo autonomia e inclusão social.
“Quando damos voz a uma criança, mesmo que por meio de símbolos, estamos garantindo que ela possa expressar vontades, sentimentos e necessidades. Isso muda a vida dela e da família”, destaca Mayla Monteiro.
Cinco mitos sobre a CAA
- “A CAA atrasa o desenvolvimento da fala”
Falso. Pesquisas mostram que o uso da CAA estimula a linguagem e pode, inclusive, facilitar o surgimento da fala. - “Apenas quem nunca vai falar deve usar CAA”
Falso. A CAA é indicada para qualquer pessoa com dificuldade de comunicação, seja permanente ou temporária. - “É muito difícil de usar”
Falso. Com orientação adequada, famílias e profissionais aprendem a utilizar o sistema de forma natural no cotidiano. - “CAA é só para crianças”
Falso. Adolescentes e adultos também se beneficiam, especialmente em doenças neurológicas ou condições que afetem a fala. - “CAA é uma tecnologia cara”
Nem sempre. Há recursos digitais gratuitos e materiais impressos que tornam o uso acessível para diferentes perfis e contextos.
Um passo para a inclusão real
Mais do que um recurso terapêutico, a Comunicação Alternativa e Aumentativa é uma ferramenta de liberdade e cidadania. Ela oferece voz, amplia horizontes e quebra barreiras invisíveis que ainda impedem muitas pessoas de participarem plenamente da sociedade.
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