Saúde • 16:15h • 30 de dezembro de 2025
Adolescência sob estresse: como a ansiedade virou rotina para muitos jovens
Pressão social, redes digitais e incertezas sobre o futuro ajudam a explicar o avanço dos casos entre jovens
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Dampress Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
A ansiedade deixou de ser um problema pontual para se tornar uma das principais queixas entre adolescentes no mundo todo. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que cerca de 1 em cada 7 adolescentes apresenta algum transtorno mental, com destaque para os quadros de ansiedade. No Brasil, o cenário é ainda mais expressivo: segundo levantamento do Ministério da Saúde, os atendimentos por transtornos de ansiedade no SUS cresceram 1.575% entre crianças de 10 a 14 anos e 4.423% entre jovens de 15 a 19 anos no período de 2014 a 2024.
O aumento chama atenção não apenas pelos números, mas pelo impacto direto na rotina escolar, familiar e social desses jovens. Crises de ansiedade, dificuldade de concentração, insônia e isolamento passaram a fazer parte do cotidiano de muitos adolescentes.
Um sofrimento real e crescente
Para o psiquiatra Thiago Lemos de Morais, o cenário exige atenção imediata. Segundo ele, os sintomas não devem ser minimizados como “fase” ou “drama da adolescência”.
“Estamos vendo adolescentes cada vez mais angustiados, com crises intensas de ansiedade, insônia, isolamento e até manifestações físicas, como dores no peito e falta de ar. É um sofrimento real, que precisa ser levado a sério por famílias, escolas e pela sociedade como um todo”, explica o especialista.
Redes sociais e comparação constante
Entre os principais gatilhos apontados pelos profissionais está o uso excessivo das redes sociais. A exposição contínua a padrões irreais de sucesso, beleza e felicidade cria um ambiente de comparação permanente, difícil de ser sustentado emocionalmente.
“O adolescente de hoje vive se comparando. Nas redes, tudo parece perfeito, e isso gera uma sensação constante de inadequação. Essa pressão silenciosa afeta diretamente a autoestima e alimenta quadros de ansiedade”, afirma o psiquiatra.
Além do ambiente digital, a cobrança por desempenho acadêmico, escolhas profissionais precoces e a insegurança em relação ao futuro ampliam a sensação de pressão. Diferentemente de gerações anteriores, muitos jovens lidam desde cedo com a ideia de que precisam “dar certo” rapidamente.
Uma fase naturalmente sensível
A adolescência, por si só, já é um período marcado por transformações hormonais, emocionais e sociais intensas. Quando esses fatores naturais se somam a estímulos externos constantes, o risco de adoecimento emocional aumenta.
Sinais como isolamento, perda de interesse por atividades antes prazerosas, alterações no sono, mudanças no apetite e irritabilidade frequente devem ser observados com atenção. “Esses comportamentos funcionam como alertas. Quanto mais cedo o apoio profissional chega, maiores são as chances de controle dos sintomas e de recuperação do bem-estar”, reforça Morais.
O que pode ajudar no dia a dia
Apesar do cenário preocupante, especialistas destacam que há caminhos possíveis para reduzir o impacto da ansiedade entre adolescentes. Investir em diálogo aberto, estabelecer limites saudáveis para o uso de telas, incentivar atividades físicas e ao ar livre e garantir tempo de qualidade em família são medidas fundamentais.
O acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, quando indicado, ajuda o jovem a desenvolver estratégias para lidar com emoções, frustrações e pressões externas. “Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida desses adolescentes”, conclui o especialista.
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