Ciência e Tecnologia • 18:41h • 10 de novembro de 2025
3I/ATLAS: curiosidades, dados e mistérios do cometa que a humanidade observa pela primeira vez
Fenômeno raro vindo de fora da Via Láctea desperta o interesse de astrônomos e pesquisadores em todo o mundo; entenda o que se sabe até agora sobre o 3I/ATLAS
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Divulgação
O 3I/ATLAS é um dos fenômenos mais intrigantes já observados pela ciência moderna. Trata-se de um objeto interestelar, ou seja, um corpo celeste que não se originou no Sistema Solar, mas veio de outra região do espaço profundo, cruzando nosso sistema planetário em trajetória de passagem única.
Descoberto em julho de 2025, o 3I/ATLAS vem sendo acompanhado por agências espaciais e institutos de pesquisa de todo o mundo, que buscam compreender sua origem, composição e comportamento incomum. A seguir, o Âncora 1 reúne as principais perguntas e respostas sobre esse visitante cósmico que está desafiando o entendimento humano sobre o universo.
De onde veio esse objeto interestelar?
O 3I/ATLAS formou-se em outro sistema estelar, fora dos limites do Sistema Solar, e foi ejetado para o espaço interestelar — o vasto vazio que existe entre as estrelas. Por milhões ou até bilhões de anos, ele viajou pelo espaço profundo até adentrar recentemente nossa vizinhança cósmica.
Sua aproximação ocorreu a partir da direção geral da constelação de Sagitário, onde se localiza o centro da Via Láctea. No momento da descoberta, ele estava a cerca de 670 milhões de quilômetros do Sol, dentro da órbita de Júpiter.
Como foi determinado que 3I/ATLAS não se originou no nosso sistema solar?
As observações astronômicas revelaram que o 3I/ATLAS se move em trajetória hiperbólica, o que significa que ele não está preso à gravidade do Sol.
Em vez de seguir uma órbita fechada, como planetas e cometas tradicionais, ele está apenas passando pelo Sistema Solar, atravessando-o em alta velocidade e retornando ao espaço interestelar — para nunca mais ser visto.
Quantos objetos interestelares já foram descobertos?
Até o momento, apenas três objetos interestelares foram identificados pela humanidade:
- ‘Oumuamua, descoberto em 2017 — o primeiro registro de um visitante interestelar;
- 2I/Borisov, observado em 2019 — o segundo objeto conhecido, com características típicas de um cometa;
- 3I/ATLAS, identificado em 2025 — o terceiro e mais anômalo, com comportamento e composição ainda não totalmente compreendidos.
3I/ATLAS é um asteroide ou um cometa?
Os astrônomos classificam o 3I/ATLAS como um cometa ativo. Isso significa que ele possui um núcleo gelado envolto por uma coma, uma nuvem brilhante de gás e poeira que se forma à medida que o corpo se aproxima do Sol.
Essa atividade é uma característica típica dos cometas e o distingue dos asteroides, que são corpos rochosos e inativos.
Qual o tamanho do 3I/ATLAS?
Ainda não há uma medida exata, mas estimativas com base em observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, até 20 de agosto de 2025, indicam que o diâmetro do núcleo varia entre 440 metros e 5,6 quilômetros.
Essa incerteza se deve à distância e à luminosidade variável do objeto, que dificultam a mensuração precisa de sua estrutura.
Qual a velocidade com que ele se move?
O 3I/ATLAS se desloca a uma velocidade impressionante de cerca de 221 mil quilômetros por hora, ou 61 quilômetros por segundo.
E, conforme se aproxima do Sol, sua velocidade tende a aumentar ainda mais — resultado da intensificação da atração gravitacional e da sublimação dos gases congelados em sua superfície.
Existe o risco de o 3I/ATLAS atingir a Terra?
Não. A trajetória do cometa é segura e não representa perigo para o planeta.
Mesmo passando pelo Sistema Solar interno, o ponto de maior aproximação da Terra será de cerca de 1,8 unidades astronômicas, o equivalente a 270 milhões de quilômetros — uma distância mais do que suficiente para afastar qualquer hipótese de colisão.
Por que o 3I/ATLAS é tão importante para a ciência?
O 3I/ATLAS oferece aos cientistas uma oportunidade única de estudar material vindo de outro sistema estelar. Ele pode revelar pistas sobre como outros sistemas planetários se formam e do que são compostos.
Além disso, as anomalias registradas em sua trajetória e composição química estão levando astrônomos a reconsiderar fundamentos da física e a questionar se parte de seu comportamento pode indicar características artificiais — hipótese ainda em investigação.
A expectativa é que, em dezembro de 2025, o cometa libere uma fina poeira cósmica, permitindo observações inéditas que podem ajudar a decifrar sua natureza e origem.
O Âncora 1 segue acompanhando todas as descobertas sobre o 3I/ATLAS em sua categoria exclusiva na editoria de Ciência e Tecnologia.
Para acessar todas as matérias e análises sobre o fenômeno, visite a seção "Ciência e Tecnologia" - “3I/ATLAS” no portal.
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